Atualização do principal índice de preços do país vai retirar do cálculo itens como chope, bacalhau e chuchu
Cesta passará a ter 365 itens, que incluirão novidades como salmão, carne de carneiro e celular com internet
Mariana Carneiro
SÃO PAULO - Os preços de 50 produtos e serviços deixarão de compor a inflação oficial ou serão diluídos em famílias mais numerosas a partir de 2012.
O IBGE está atualizando seu principal índice de preços, o IPCA, usado pelo governo como referência para definir a meta de inflação.
Os preços da fava e da máquina de costura não são mais relevantes nas despesas das famílias brasileiras e, por isso, deixarão o índice. Sairão também produtos como bacalhau, chuchu e chope.
O índice tem hoje 384 itens que resumem o consumo médio do brasileiro. A cesta é feita de acordo com a importância de cada produto no orçamento das famílias. Os que representam mais gastos, têm peso maior no índice.
A partir de janeiro, o IPCA passará a ter 365 itens. No lugar dos que sairão, entrarão novidades como o salmão e o celular com internet.
Outros perderam força isoladamente e serão reagrupados, como o balé, incorporado às atividades físicas.
Em 2006, o IBGE estabeleceu um mínimo de importância para um produto entrar no IPCA. Naquele ano, mais de 100 itens foram cortados.
"Nos esforçávamos para coletar preços de itens que não tinham importância na vida das pessoas", lembra a coordenadora de índices de preço do IBGE, Eulina Nunes, 32 anos dedicados ao cálculo da inflação.
A mudança dos pesos dos componentes do IPCA provocou redução de até 0,50 ponto percentual na inflação esperada para ano que vem, segundo cálculos de analistas do mercado financeiro. Isso porque ganharam peso itens que, neste momento, estão com preços em queda, como eletrônicos. E perderam os que estavam em alta, como empregada doméstica.
"É uma coincidência positiva que ajuda o Banco Central", avalia o economista Thiago Curado, da consultoria Tendências.
Mas a revisão ainda não acabou. Até janeiro, o IBGE vai mexer no peso de componentes do IPCA. Itens que subiram muito de preço nos últimos três anos poderão engordar novamente no índice, como passagens aéreas e educação, que nos últimos 12 meses subiram 59% e 8%, respectivamente.
Está fechada, contudo, a lista dos itens que compõem o índice. Novas revisões, portanto, poderão até mudar os rumos das expectativas de inflação, mas não o destino do chope e do chuchu.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Um comentário:
Se o índice atual é 384 e vai passar para 365, porque na reportagem fala na redução de 50 produtos?
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