RIO DE JANEIRO - Se o tom da campanha eleitoral no Rio for dado pelos pais da candidatura Maia-Garotinho, prepare-se para golpes abaixo da linha da cintura.
Ao oficializar anteontem, sob vaias, a união em torno da candidatura dos filhos Rodrigo e Clarissa, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e o ex-governador Anthony Garotinho (PR) passaram por cima de ataques e divergências do passado.
"Poderia comparar Cabral só àquela Teresa Cristina da novela. Passa o dia inteiro pensando em maldade. E o Paes é sem personalidade. Tudo o que o Cabral manda, ele faz. Parece a dupla Teresa Cristina e o Crô", disse Garotinho, em referência à madame e ao mordomo gay da novela das 21h da TV Globo.
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) tem o favoritismo, mas guarda na memória a eleição quase perdida para Fernando Gabeira (PV), em 2008. Foram só 55.225 votos a mais, apesar do apoio das máquinas públicas.
A campanha pela reeleição começou quase com o mandato, em 2009, após a escolha do Rio como cidade-sede da Olimpíada de 2016.
De lá para cá, de braços dados com o governador Sérgio Cabral (PMDB) e com a simpatia da mídia local, Paes criou marcas como o "choque de ordem". Apesar de transportes ineficientes e saúde e educação inaceitáveis, surfou na crista de verbas federais e tornou a cidade um canteiro de obras -promessas de futuro melhor.
Do outro lado da oposição, o deputado Marcelo Freixo (PSOL), com pouco tempo na TV, confia no poder das redes sociais. E ainda disputam a vereadora verde Aspásia Camargo e o deputado tucano Otávio Leite.
Em tempos em que o Rio virou moda mundial, a oposição procura um discurso e aposta em levar a eleição para o segundo turno e zerar o jogo.
Quem vencer terá o prazer (e o poder) de abrir os Jogos Olímpicos de 2016 para uma plateia de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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