Maria Clara Cabral e Andreza Matais
BRASÍLIA – Preocupado com a situação política do ministro Guido Mantega (Fazenda), o Planalto orientou sua base aliada no Congresso Nacional a tentar desidratar a crise na Casa da Moeda. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) pediu para o líder do seu partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), evitar problemas ao governo. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) ligou para os principais aliados e mandou derrubar investidas contra Mantega.
Uma estratégia é retardar o início dos trabalhos das comissões da Câmara e no Senado para depois do Carnaval. Assim, requerimentos da oposição sobre o caso não têm como ser analisados e a discussão perderá forças, acredita o Planalto.
“Nenhum dos requerimentos vai passar. Vamos jogar água na fervura, resumiu o líder do governo na Câmara”, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O PMDB, principal partido da base aliada, deve entrar em compasso de espera. A atitude da legenda sobre os requerimentos da oposição depende da indicação de cargos no segundo escalão.
Se o nome do próximo diretor-geral do Dnocs (órgão federal de combate à seca), a ser escolhido nesta semana, for de um aliado de Eduardo Alves, a tendência é que a legenda se mantenha alinhada ao Planalto. Caso contrário, pode haver retaliação. Com o apoio do PMDB, há chances de a convocação de Mantega ser aprovada.
O PPS prometeu apresentar requerimento pedindo acareação entre Mantega, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes (GO). Segundo Mantega, o ex-titular da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci foi indicado ao cargo pelo PTB. O partido diz que a indicação coube a Mantega.
Denucci foi exonerado após o governo descobrir que o jornal Folha de S.Paulo produzia reportagem sobre esquema com contas no exterior e offshores.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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