Ministério cogita devolver dinheiro que descontou de 11.495 servidores
De acordo com a pasta, reposição do ponto é sempre "elemento de negociação"; reuniões marcam fim de semana
Júlia Borba, Breno Costa
BRASÍLIA - O governo federal já discute com servidores grevistas a devolução do dinheiro descontado dos contracheques de 11.495 funcionários que tiveram ponto cortado durante os dias de paralisação.
A negociação é feita pelo secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça.
"Ele disse que está disposto a negociar [a devolução dos dias cortados], se houver reposição da atividade represada", disse o presidente do Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação), João Maria Medeiros.
Durante o fim de semana, o ministério fez várias rodadas de negociação. Além das agências reguladoras, foram recebidos funcionários do Incra, da área de infraestrutura, gestão e fiscalização, meio ambiente, controladores de voo, servidores do Itamaraty e fiscais agropecuários.
De acordo com o ministério, 40% dos grevistas deverão fechar acordo com o governo entre hoje e amanhã.
Segundo a pasta, a reposição do ponto é sempre "elemento de negociação", mas que, como nenhum acordo foi fechado, o ponto segue cortado. Hoje, o governo deverá ter um balanço sobre as categorias que aceitarão o reajuste de 15,8% em três anos.
Volta ao trabalho
Uma das categorias que estão perto de acordo é a dos fiscais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Neste fim de semana, a gente já liberou equipe de grevistas para trabalhar em Galeão e Guarulhos e acelerar a liberação de insulina, matéria prima para medicamentos contra o câncer e insumos farmacêuticos para exames", disse Medeiros.
O Sinagências representa as dez agências reguladoras e o Departamento Nacional de Produção Mineral. Ao todo, 3.500 servidores aderiram à greve, metade do quadro.
O sindicato já avalia que será necessário que os servidores trabalhem durante à noite, por mais de 15 dias, para pôr em dia os trabalhos.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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