Intenção do empresário condenado pelo Supremo é receber da Procuradoria tratamento de colaborador
Operador do mensalão afirma que Ministério Público é que tem de falar sobre depoimento em que ele acusa Lula
Catia Seabra, Andreza Matais
BELO HORIZONTE- O operador financeiro do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, pretende fazer novas acusações ao Ministério Público, segundo pessoas próximas.
A Folha apurou que a estratégia do empresário -condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal- é fazer com que a Procuradoria-Geral da República o torne um colaborador, a exemplo do tratamento dado ao presidente nacional do PTB e delator do esquema, Roberto Jefferson.
Integrantes do STF e do Ministério Público, entretanto, já disseram que possíveis revelações feitas pelo empresário a essa altura do julgamento não são suficientes para reduzir sua pena.
Em depoimento dado à Procuradoria-Geral em setembro, o empresário acusou o ex-presidente Lula de ter sido beneficiado pelo esquema.
Alvo de ataques do PT desde que o teor da fala foi divulgado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Valério responsabilizou ontem a Procuradoria pelo vazamento de seu conteúdo. "Quem passou foi a procuradoria. Saiu por lá", afirmou à Folha.
Abordado no estacionamento do prédio onde vive em Belo Horizonte, Valério se recusou a comentar o depoimento: "Perguntem à Procuradoria. Ela é que tem que falar", afirmou.
Atualmente, o empresário vive sozinho num apartamento que se limita a um quarto e um banheiro. Não há cozinha ou sala de estar.
As instalações são simples e destoam da mansão em que vivia com a mulher, Renilda Santiago, de quem está separado desde setembro.
De camisa azul, calça jeans e tênis, Valério se irritou ao ser abordado pela Folha. Nervoso, chegou a descer do Mitsubishi que dirigia e tentou tirar o aparelho celular usado pela reportagem na tentativa de registrar sua imagem.
Fonte: Folha de S. Paulo
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