Mudança nas concessões e temor de apagão abalam ações do setor
Daniel Haidar
O valor de mercado de 34 empresas brasileiras de capital aberto do setor elétrico recuou em R$ 37,23 bilhões desde o dia 6 de setembro, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo federal lançaria medidas para reduzir em 20% os preços da energia. No pacote, o governo mexeu na receita das empresas em concessões que venceriam de 2015 a 2017. Os cálculos são da consultoria Economática. Também pesaram na queda das ações do setor elétrico os recentes temores de racionamento de energia.
A redução nos preços da energia deve entrar em vigor em fevereiro, mas, segundo a consultoria, o impacto no faturamento das empresas foi antecipado pelo mercado. Em 6 de setembro, o valor de mercado das empresas era de R$ 206,40 bilhões. Na quinta-feira, era de R$ 169,17 bilhões.
- Basicamente, o gatilho de toda essa queda foi o anúncio (de redução de tarifas) e a sucessão de eventos no setor. Se tem redução de tarifa, ocorre queda no lucro. Então vai dar menos retorno ao acionista e o mercado pune - disse Einar Rivero, gerente de relações institucionais da Economática.
Eletrobras perdeu R$ 9,3 bi
Analistas destacam que o temor de um racionamento de energia, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, também prejudicou o valor dos papéis, ainda que seja difícil dimensionar seu impacto e que o governo tenha descartado o risco de uma escassez de energia.
- Fica muito difícil prever perdas em caso de racionamento, mas gera uma incerteza enorme, então é natural que tenha muita volatilidade - disse Marcello Ganem, sócio da Oceana Investimentos.
A Eletrobras sofreu a maior perda em seu valor de mercado, de 48,46%. O valor da empresa recuou R$ 9,32 bilhões. Já a Cemig viu seu valor de mercado encolher 34,67%, ou R$ 9,85 bilhões.
Fonte: O Globo
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