Eduardo procura amenizar declaração
Depois de ter dito a empresários que "dá para fazer mais", numa crítica a Dilma Rousseff, governador classifica como "natural" a afirmação: "a gente sempre acha que dava para fazer mais"
Carolina Albuquerque
No seu estilo habitual do "morde e assopra", o governador Eduardo Campos (PSB) aproveitou o lançamento da 2ª edição do Pedala PE, ontem (ver mais em Cidades), para proferir mais críticas ao governo federal e minimizar a declaração de que "dá para fazer mais", dada durante evento com empresários em São Paulo, na última quinta-feira, quando enumerou uma série de ressalvas à gestão Dilma Rousseff, entre elas a falta de diálogo e a impropriedade das medidas tomadas para enfrentar a crise econômica.
"A gente acumulou democracia, estabilidade econômica, um olhar para a questão da desigualdade social. Isso em várias etapas e governos, liderados por várias personalidades. A gente sempre fica achando que dava para fazer mais e isso é natural. Se perguntar à presidenta Dilma, ela com certeza vai querer o mesmo", contemporizou.
Ao mesmo tempo em que tentou "contextualizar" a frase, Campos fez questão de frisar, novamente sem citar nomes, que o Brasil precisa fazer a discussão dos desafios do País para o futuro de maneira profunda, em vez de "ficar nesse debate rasteiro da disputa eleitoral que ainda vai chegar".
Assunto recorrente à retórica do governador, a desoneração de impostos da presidente Dilma foi novamente alvo de censuras. "O que se vê são os seus efeitos limitados na economia. É preciso fazer reduções tributárias mais lineares, transversais, a setores da economia. E também a reforma tributária no Brasil, que é um dos piores sistemas da América Latina. É isso que está matando a geração de empregos. O que falta é decisão política para fazer", fustigou.
Saindo em sua defesa, das declarações de que a sua sugestão de solução negociada sobre a distribuição dos royalties foi uma manobra "eleitoreira" e "tardia", Campos colocou a culpa da "judicialização" do caso no governo do Rio de Janeiro. O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), chegou a tachar de "tardia" a intenção de Campos.
O socialista também argumentou que lutava pelo entendimento "desde o princípio", numa proposta que preservaria a receita dos Estados produtores e mexeria apenas nos contratos de exploração futuros. "Tanto que quando radicalizou, eu saí de cena. Quem passou a discutir (o tema) foi o ex-deputado Ibsen Pinheiro e o senador Wellington Dias", destacou. "O governador do Espírito Santo e Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) foram favoráveis ao entendimento. Mas eram os três", disse, numa referência ao colega Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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