segunda-feira, 18 de março de 2013

Greve paralisa obras no Porto

Uma greve de 3.500 operários que trabalham no projeto de revitalização da Zona Portuária paralisa 33 frentes de obra. Eles reivindicam plano de saúde. A Porto Novo diz que o cronograma não será afetado

Greve de operários paralisa revitalização da Zona Portuária

Concessionária afirma que movimento não prejudicará cronograma

Natalia Castro

A greve de 3.500 operários da concessionária Porto Novo, empresa contratada pela prefeitura o Rio para executar obras do Porto Maravilha, paralisou 33 frentes de obra na Zona Portuária. Eles suspenderam os serviços na última quarta-feira, reivindicando o benefício do plano de saúde, dado apenas a funcionários do departamento pessoal da firma. Hoje, uma assembleia marcada para as 7h e uma audiência de conciliação à tarde, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), prometem definir o impasse. No momento, somente o monitoramento das obras dos túneis é mantido por trabalhadores autorizados pelo sindicato da categoria.

Em negociação com os operários, a assessoria da Porto Novo afirmou que a concessionária obedece plenamente à Convenção Coletiva de Trabalho, estabelecida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Rio de Janeiro (Sitraicp) e pelo Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicon). O documento, porém, ainda não assinado pelas partes, exclui o benefício do plano de saúde. A assessoria garantiu ainda que a paralisação não afetará o cronograma das obras, previstas para serem entregues no primeiro semestre de 2016.

Diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), Alberto Gomes Silva espera que a situação se resolva o mais rapidamente possível e que não comprometa as relações contratuais:

- As providências possíveis estão sendo tomadas. Por enquanto, não há danos mais graves.

Negociação demorada, diz sindicato

Porém, caso as partes envolvidas não cheguem a um acordo hoje, a greve será mantida, ressalta Nilson Duarte Costa, presidente do Sitraicp, que chama a atenção para a morosidade nas negociações:

- Eles não querem discutir. Parece que estão deixando a greve acontecer. E o resultado disso é o atraso, cada vez maior, das obras.

A principal reclamação de Costa diz respeito à falta do plano de saúde. Ele argumenta que somente os operários da Porto Novo não têm o benefício.

- Se os trabalhadores envolvidos nas obras do Caju, do Maracanã e do metrô têm direito ao plano, por que os da Zona Portuária não têm? - indaga ele, acrescentando que muitos dos operários da Porto Novo vieram do canteiro de obras do Maracanã. - E, na transição, perderam o direito, o que é um absurdo. Sei que, às vezes, o pagamento do plano de saúde não é possível. Eu nem sei em quanto essa obra foi orçada, mas acho que existe condição.

Atualmente, as obras do Porto Maravilha totalizam 33 frentes. As principais intervenções são a Via Binário (futura Oscar Niemeyer) - que vai interligar a Linha Vermelha e o Viaduto do Gasômetro ao Centro da cidade -, o Viaduto de Conexão com São Cristóvão e o alargamento do túnel ferroviário existente sob o Morro da Providência. Desde o último dia 9, a interdição da pista sentido Centro da Avenida Rodrigues Alves - que se transformará em via expressa - vem causando ainda mais transtornos ao trânsito.

A greve na Zona Portuária ocorre um mês depois de protestos no Maracanã. Na ocasião, um dia antes da visita oficial de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao estádio, trabalhadores fizeram uma paralisação de advertência que visou a um reajuste salarial de 15% mais cesta básica de R$ 330, inclusão dos familiares no plano de saúde e participação nos lucros equivalente a dois salários, além de pagamento de 100% da hora extra. Após assembleia e terem conquistado parte das reivindicações, eles retomaram as atividades depois do carnaval. A reforma do Maracanã está prevista para chegar ao fim daqui a dois meses, em maio, a tempo da Copa das Confederações. A primeira partida será em 16 de junho.

Fonte: O Globo

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