Para ex-presidente, partido não pode chegar às eleições mais uma vez dividido
Gustavo Uribe, Germano Oliveira
SÃO PAULO - Um dos principais fiadores da candidatura de Aécio Neves ao Palácio do Planalto em 2014, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu ao governador Geraldo Alckmin que atue para dirimir resistências internas em São Paulo à candidatura do senador mineiro e o ajude na busca de um acordo com José Serra para a composição da nova direção nacional da sigla. O diagnóstico de FH é de que o partido não pode chegar à sucessão presidencial mais uma vez dividido.
Nas últimas semanas, aliados de Serra têm criticado a possibilidade de Aécio assumir o comando do partido e têm dito que ele poderá deixar a sigla caso o seu grupo não assuma a direção da legenda. Em um esforço para evitar o racha, aliados de Alckmin têm proposto oferecer ao grupo de Serra a direção do Instituto Teotônio Vilela (ITV), órgão de formação política do PSDB, ou a vice-presidência da sigla, atualmente ocupada por Alberto Goldman, aliado do ex-governador de São Paulo.
Em reunião em Brasília, na terça-feira, Alckmin também manifestou preocupação com a hipótese de Aécio dirigir a sigla. Na avaliação dele, ao assumir o posto, o senador mineiro poderá se expor indevidamente antes da hora. Numa tentativa de aproximação com o PSDB de São Paulo, Aécio Neves deve desembarcar nesta semana na capital paulista, onde terá reuniões com Serra, com mediação de Alckmin.
Com a ajuda de FH, o governador de São Paulo programa uma agenda conjunta com o senador mineiro na próxima segunda-feira, quando participarão de congresso da sigla na capital paulista, e planeja para o segundo semestre uma excursão com o candidato do PSDB ao interior de São Paulo. Para a semana que vem, também tem sido esboçado um encontro de Aécio com a bancada tucana na Assembleia Legislativa de São Paulo.
- A ampla maioria do partido quer a candidatura de Aécio a presidente em 2014. A hora é dele. Mas para o Aécio também não interessa que Serra fique descontente, trabalhe contra sua candidatura ou até mesmo deixe o partido, como tem ameaçado. Por isso, Alckmin e Fernando Henrique vão intermediar essa conversa - avaliou um deputado do PSDB de São Paulo.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, confirma que convidou Serra para ingressar no partido, mas considera improvável que ele deixe o PSDB.
- Ele ficou de pensar, mas, se vier para o PPS, não tem compromisso algum de ser candidato a presidente. Hoje, tem gente no partido que gostaria de apoiar o governador Eduardo Campos. Ainda está cedo para discutir isso. Mas acho difícil o Serra deixar o PSDB - disse Freire.
Fonte: O Globo
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