Os preços dos gêneros alimentícios essenciais continuaram em alta no mês passado. Segundo pesquisa do Dieese, das 18 capitais onde é realizada a pesquisa da cesta básica, 12 tiveram elevação. Um dos destaques de alta é a batata, que ficou mais cara em nove das dez capitais da região centro-sul
Recife tem maior alta na cesta
A cesta básica no Recife ficou 6,55% mais cara no mês passado, o maior aumento entre as 12 capitais brasileiras que tiveram alta dos preços em abril. Os resultados, divulgados ontem, são de uma pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados mostram que pelo quinto mês consecutivo houve alta na cesta básica recifense.A alta de 6,55% representa um aumento real de R$ 18,34 no custo da alimentação básica, que atingiu o valor de R$ 298,35, comprometendo 47,83% do salário mínimo líquido apenas com comida. A média nacional deste mesmo indicador foi de 48,46%.
Em abril de 2012, a cesta básica custava R$ 223,97, R$ 74,38 a menos que o registrado no mesmo mês de 2013. Os itens que puxaram a alta foram a banana (18,80%), o tomate (18,54%), o feijão (11,67%) e a farinha de mandioca (7,72%). Já os que registraram queda foram o óleo de soja (4,90%), a carne (2,70%), a manteiga (0,91%), o arroz (0,74%) e o café (0,47%).
"Observam-se percentuais significativos se comparadas as principais variações negativas e positivas", diz a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal. A média de preços foi retirada a partir de pesquisas em feiras livres, supermercados e mercados públicos.
Segundo Jackeline, a alta dos preços da banana e do tomate está relacionada diretamente aos problemas climáticos que reduziram a produção, a qualidade dos alimentos e a oferta, o que tende a piorar com a chegada do período de entressafra. "O Nordeste foi a região com os maiores aumentos, devido à seca. Já a produção do tomate foi prejudicada por conta das chuvas na região Centro-Oeste, enquanto o feijão teve uma grande redução da área de plantação, além da quebra de safra", detalha a supervisora.
Jackeline lembra que esse aumento nos preços dos alimentos básicos é preocupante, pois atinge mais fortemente a população de baixa renda.
"Essa parcela gasta uma proporção muito grande do salário apenas com itens alimentícios, alguns quase insubstituíveis, como a farinha de mandioca. Isso compromete o orçamento e restringe significativamente o consumo de outros produtos", ressalta.
Como o gasto real com alimentação por mês está associado ao número de pessoas, o Dieese calcula que, no Recife, a cesta para uma família de dois adultos e duas crianças custou R$ 895,05, quase um salário mínimo e meio.
Fonte: Jornal do Commercio /Folha de S. Paulo
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