quarta-feira, 8 de maio de 2013

Alimentos têm nova alta, diz pesquisa do Dieese

Os preços dos gêneros alimentícios essenciais continuaram em alta no mês passado. Segundo pesquisa do Dieese, das 18 capitais onde é realizada a pesquisa da cesta básica, 12 tiveram elevação. Um dos destaques de alta é a batata, que ficou mais cara em nove das dez capitais da região centro-sul

Recife tem maior alta na cesta

A cesta básica no Recife ficou 6,55% mais cara no mês passado, o maior aumento entre as 12 capitais brasileiras que tiveram alta dos preços em abril. Os resultados, divulgados ontem, são de uma pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados mostram que pelo quinto mês consecutivo houve alta na cesta básica recifense.A alta de 6,55% representa um aumento real de R$ 18,34 no custo da alimentação básica, que atingiu o valor de R$ 298,35, comprometendo 47,83% do salário mínimo líquido apenas com comida. A média nacional deste mesmo indicador foi de 48,46%.

Em abril de 2012, a cesta básica custava R$ 223,97, R$ 74,38 a menos que o registrado no mesmo mês de 2013. Os itens que puxaram a alta foram a banana (18,80%), o tomate (18,54%), o feijão (11,67%) e a farinha de mandioca (7,72%). Já os que registraram queda foram o óleo de soja (4,90%), a carne (2,70%), a manteiga (0,91%), o arroz (0,74%) e o café (0,47%).

"Observam-se percentuais significativos se comparadas as principais variações negativas e positivas", diz a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal. A média de preços foi retirada a partir de pesquisas em feiras livres, supermercados e mercados públicos.

Segundo Jackeline, a alta dos preços da banana e do tomate está relacionada diretamente aos problemas climáticos que reduziram a produção, a qualidade dos alimentos e a oferta, o que tende a piorar com a chegada do período de entressafra. "O Nordeste foi a região com os maiores aumentos, devido à seca. Já a produção do tomate foi prejudicada por conta das chuvas na região Centro-Oeste, enquanto o feijão teve uma grande redução da área de plantação, além da quebra de safra", detalha a supervisora.

Jackeline lembra que esse aumento nos preços dos alimentos básicos é preocupante, pois atinge mais fortemente a população de baixa renda.

"Essa parcela gasta uma proporção muito grande do salário apenas com itens alimentícios, alguns quase insubstituíveis, como a farinha de mandioca. Isso compromete o orçamento e restringe significativamente o consumo de outros produtos", ressalta.

Como o gasto real com alimentação por mês está associado ao número de pessoas, o Dieese calcula que, no Recife, a cesta para uma família de dois adultos e duas crianças custou R$ 895,05, quase um salário mínimo e meio.

Fonte: Jornal do Commercio /Folha de S. Paulo

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