quarta-feira, 8 de maio de 2013

PMDB tenta conter resistência a Dilma

Partido cobra de executivas estaduais compromisso com presidente e Temer

Maria Lima

BRASÍLIA - No esforço de preservar a aliança nacional com o PT e garantir o lugar de Michel Temer como vice na chapa da presidente Dilma Rousseff em 2014, a direção do PMDB entrou em campo com um ano de antecedência para tentar conter os rebeldes que acenam para palanques de outros presidenciáveis. Mas não é uma tarefa fácil, já que o PMDB segue rachado em vários estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Pernambuco.

O presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), está convocando as executivas estaduais - ontem a reunião foi com Pernambuco - para dar o recado: o partido quer disputar com candidatos próprios os governos de 18 estados, com apoio fechado para Dilma e Temer.

Bahia e Pernambuco, principais colégios eleitorais do Nordeste, tendem a apoiar uma possível candidatura do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Na reunião com a Executiva de Pernambuco, dominada por aliados do senador Jarbas Vasconcelos, que já apoia Eduardo Campos, esteve presente o prefeito de Petrolina, Júlio Lossio, que anunciou disposição de concorrer ao governo do estado, mas nada definiu sobre eleição presidencial.

- O PMDB de Pernambuco está unidíssimo em relação à candidatura própria, que deve ser do prefeito de Petrolina. Sobre candidatura nacional, disseram não ter nada certo ainda - contou Raupp.

O presidente do PMDB de Pernambuco, Dorani Sampaio, tem ligações históricas com o ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, mas diz que o partido não vai definir nada por enquanto:

- Ela (Dilma) pode ter a caneta, mas quem decide nosso destino somos nós. Dilma precisa mais do PMDB do que o PMDB dela.

Em outra frente, Temer estaria articulando para levar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) para o PMDB, oferecendo apoio a uma eventual candidatura ao governo de Pernambuco.

- O desejo do Fernando é continuar com Eduardo Campos, mas tem dificuldades de sair do ministério - disse um interlocutor do ministro.

O prefeito de Petrolina, perguntado sobre essa articulação, avisou que são projetos excludentes, já que é inimigo político da família Bezerra na região:

- Se Fernando Bezerra Coelho entrar por uma porta, eu saio por outra.

Na Bahia, a situação é complicada. Presidente da Executiva do PMDB baiano - que deve ter o ex-ministro Geddel Vieira Lima como candidato a governador, com apoio a Campos - o deputado Lúcio Vieira Lima disparou ontem:

- Quando Michel resolver o problema do Rio, chama a Bahia para conversar.

Fonte: O Globo

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