Juliana Braga
BRASÍLIA – A pouco mais de um ano do início oficial da campanha eleitoral de 2014, a indefinição ainda assombra a aliança entre PT e PMDB em oito unidades da Federação. Em contrapartida, é provável que as duas legendas fechem um palanque comum em 10 estados, e já se desenha um ambiente de divisão em outros nove. As indefinições e rachas, entretanto, representam, em alguns casos, somente disputas regionais, e não impedem que, mesmo em palanques diferentes, as duas legendas trabalhem para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Já em outras localidades, as dúvidas giram em torno da decisão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em sair candidato à Presidência ou não. Nesses casos, é essa definição que determinará se haverá nome próprio dos dois partidos ou unidade.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a possibilidade de aliança entre as duas legendas é zero. O governador Tarso Genro (PT) tentará a reeleição e não conseguiu atrair o PMDB para o palanque. Ainda não há definição, mas podem ser candidatos o ex-ministro da Agricultura Mendes Ribeiro (PMDB) ou o ex-governador Germano Rigoto (PMDB). Como os prováveis outros candidatos são o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) e a senadora Ana Amélia (PP), Dilma Rousseff poderá contar com até quatro palanques no estado considerado seu berço político.
No Maranhão, o cenário é de conflito interno no PMDB. Sabe-se que haverá aliança com o PT e que a legenda apoiará a reeleição de Dilma, mas não há candidato. O partido no estado é dominado pelo clã Sarney, e a atual governadora, Roseana Sarney (PMDB), não poderá tentar a reeleição. Uma ala peemedebista defende apoio ao presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), que, apesar de também integrar o governo Dilma, faz oposição à família Sarney no estado.
Há outros casos em que o racha pode custar um palanque à presidente Dilma, como no Rio de Janeiro. Apesar de alguns peemedebistas ainda acreditarem na possibilidade de conversas em torno da candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o senador Lindbergh Farias (PT) já declarou que não abre mão de ser candidato. Não havendo diálogo, o atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), chegou a ensaiar uma aproximação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve ser o principal rival de Dilma em 2014.
O fator PSB As principais dúvidas, entretanto, estão relacionadas ao futuro político de Eduardo Campos. Enquanto o presidente do PSB não se decide se será candidato ao Planalto, alguns estados ficam incapacitados de articularem as alianças. No caso do Amapá, por exemplo, a vice-governadora, Dora Nascimento, é petista, e o governador, Camilo Capiberibe, é do PSB. Caso Eduardo Campos concorra à Presidência, ainda não se sabe como essa questão será equacionada. Por enquanto, Capiberibe defende abertamente que Campos adie a pretensão presidencial para 2018. Outro pessebista que defende a manutenção da aliança com Dilma é o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que também veria as alianças que o elegeram quebradas para a reeleição.
Caso Campos insista com a candidatura, há locais em que PT e PMDB planejam construir um palanque mais sólido contra o governador de Pernambuco. Nessa linha, uma aliança que está cada vez mais consolidada está no Ceará. Com a impossibilidade da reeleição do governador Cid Gomes (PSB), ferrenho defensor de Dilma, as três legendas já começam a costurar um acordo para viabilizar o senador Eunício Oliveira (PMDB) como candidato.
Fonte: Estado de Minas
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