"Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude.
Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de "classe C" ou de nova classe média. A imensa maioria destes grupos - sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista - está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente.
Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.
No mundo interconectado de hoje, movimentos protestatários irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional.”
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex-presidente da República. In “O papel das oposições”, Revista Interesse Nacional, Nº 13, abril de 2011
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