Já que o mandato está comprometido com medíocres índices econômicos, o jeito é catar aqui ou ali algum fato e transformá-lo em uma boia salvadora, ainda que isso não seja a salvação para um governo que vai chegando ao fim sem uma marca e sem grandes realizações.
O penúltimo ato foi o “mais médicos”, que até agora só produziu fogos de artifício sem qualquer resultado prático. Os problemas começam a aparecer e o futuro mostrará muito mais. Muitos médicos inscritos já desistiram, alguns antes de começar, e os cubanos ainda estão aprendendo sobre nossas doenças e nossa língua. Aliás, mais de duas semanas depois da chegada dos primeiros 400, todos de jaleco e bem instruídos, cadê os outros 3.600?
A recente boia salvadora, amanhã teremos outros, é a informação de que dados da presidente e de seu governo vinham sendo monitorados pelos serviços de segurança dos EUA. Espionagem descarada praticada pelos EUA, o que não é nenhuma novidade desde que tornou-se uma grande potência e criou instituições como a CIA, dentre outras. Dilma diz que a espionagem na Petrobrás mostra interesses econômicos dos EUA. Pra quê? Todos os dados geológicos dos depósitos de petróleo são conhecidos e mesmo a tecnologia da exploração em águas profundas também já é conhecida. Não há nada a esconder. Segredos de polichinelo. Além do que uma baita empresa desse porte não tem instrumentos de segurança nos seus sistemas? Não dá pra acreditar.
Mas essa nova boia salvadora veio a calhar. Deu margem a notas oficiais em tom duro e discursos públicos indignados. A presidente ameaça não visitar os EUA em outubro e exige explicações satisfatórias. Ao mesmo tempo abre um canal de negociação com o governo americano, como aliás é necessário, para que a ruptura não se concretize.
Jogando com essa bipolaridade hipócrita, Dilma vai construindo um discurso nacionalista para dentro das fronteiras, para obter benefícios políticos do episódio. Nada tendo a apresentar, ela e seus gurus vão tratando de produzir factoides. Já lhe deu uma pequena recuperação. Mas são os últimos suspiros antes da fatalidade.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
Nenhum comentário:
Postar um comentário