Digamos que a pesquisa Datafolha permite leituras favoráveis ao gosto do freguês. Dilmistas ficaram felizes, aecistas, idem. Campistas, também. Marinistas tiveram motivos para sonhar e até serristas vislumbram uma janela.
Vista, porém, como ponto de partida e sendo a base, com pequenas oscilações, para o ano que vem, fica praticamente certo que a eleição será disputada por Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos.
Impossível imaginar o presidente do PSB abrindo mão de sua candidatura em favor de Marina com intenções de voto na casa de 15%. E com chances de subir diante de seu baixo conhecimento nacional.
Difícil acreditar que o tucano José Serra consiga tirar a vez de Aécio com os dois na mesma faixa de preferência do eleitorado. Ainda mais com o paulista tendo rejeição bem maior do que a do mineiro.
Dilma, claro, está em posição privilegiada. À frente em todos os cenários, depende, como num campeonato de futebol, basicamente dela para levar a taça da reeleição.
Tem trunfos à mão na reta final. Além da caneta presidencial, vai colher frutos de programas como Mais Médicos e Minha Casa Melhor.
O título, porém, não está garantido. O ponto fraco dilmista foi cultivado pela própria presidente. A inflação não está fora de controle, mas segue sendo uma incerteza.
Dilma errou ao acreditar que era possível conviver com uma inflação rodando na casa dos 6% em troca de mais crescimento. Receita velha e comprovadamente ineficaz.
Deu no que deu. Crescimento medíocre e risco sempre à porta de os preços dispararem. Basta apenas uma pequena faísca vinda do cenário externo para a inflação superar o teto da meta, de 6,5%.
Não por outro motivo o Banco Central reagiu e ensaia levar os juros para casa dos dois dígitos, pondo fim a uma das bandeiras eleitorais da petista. Pode dar certo, mas pode ter vindo tarde demais.
Fonte: Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário