sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Líderes partidários se dividem sobre efeito de mudança de legenda

No entanto, para eles, ex-senadora levaria eleição para 2- turno

BRASÍLIA- Líderes dos partidos que irão disputar a Presidência em 2014 contra Dilma Rousseff torceram para que Marina Silva conseguisse o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para eles, a presença da ex-senadora na campanha daria contribuição importante ao debate eleitoral E é com Marina no páreo que ainda esperam levar a eleição para o segundo turno. Todos concordam, entretanto, que se sair candidata por outro partido, Marina fica enfraquecida e sem discurso.

— Para quem é governo, quanto mais a oposição estiver dividida melhor. E isso de discutir se haverá primeiro e segundo turno é bobagem. A tendência, em eleição presidencial, mesmo que seja com menos candidatos, é sempre ter dois turnos/Existe uma tendência do eleitor de não liquidar a fatura no primeiro turno — avalia o deputado e ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini.

Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, sem o registro e caso se decida a concorrer por outro partido, Marina contraria o discurso de que busca algo diferente do que vem sendo feito na política.

— Sem a Rede, por outro partido, a representação é diferente. A força política com a Rede é uma e em outro partido, é outra. O próprio pessoal que acreditou na criação e no discurso... não sei o que todos pensam, a proposta era um partido aberto em rede, não é só Marina, é mais amplo — disse Albuquerque, acrescentando:

— Com ela, ganharíamos na ampliação do debate político eleitoral e se dividiriam mais os votos entre todos os candidatos. A Marina tem capilaridade que mexe com todos os perfis em questão. Mas uma eleição entre três candidatos principais também é uma eleição interessante. Qualquer deslize de um e de outro, um sobe outro desce.

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), diz que é muito cedo para fazer qualquer avaliação e insiste, inclusive, que nem mesmo em seu partido há definição sobre quem será o candidato em 2014: se o senador Aécio Neves (MG) ou o ex-candidato José Serra (SP).

— O que é certo é que os números de intenção de voto da Dilma não são bons para ela. Há um ano, tinha 60%, hoje tem 35%, 38%. E por outro lado, 65% das pessoas ou não votam nela ou não definiram em quem votar. Quem vai poder polarizar e aglutinar majoritariamente esse contingente é difícil prever — afirmou o tucano.

Aloysio alfineta Marina, apesar de dizer que torcia para que ela conseguisse o registro:

— Será que a Marina, sendo candidata, conservará a posição de hoje? Será que o eleitor não vai pedir soluções mais claras ou vai se contentar com a atitude e estado de espírito?

Ao contrário de Beto Albuquerque, o senador tucano não acredita que o fato de Marina sair por outro partido irá interferir no desempenho dela:

— Não vejo diferença. Ela que me perdoe, mas não escapa da regra do peso de personalidade. O partido é da Marina, o que está em jogo é ela, o que ela representa, mais até do que as coisas que ela propõe. Porque ninguém sabe com clareza o que ela propõe, talvez seja esta a maior fragilidade dela.

Fonte: O Globo

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