sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Não vamos ceder ao totalitarismo – Alberto Goldman

Estou saindo para umas férias de 20 dias ( em todo período de mandatos que tive, nunca consegui aproveitar um tempo tão longo ). Porém deixo aqui uma questão para reflexão.

Já vimos o que significa para o país o exercício do poder por parte do PT. Não vou me aprofundar mais na questão econômica onde estamos assistindo à destruição das bases que haviam sido construídas para um desenvolvimento sustentado já que tenho escrito bastante sobre ela e os jornais tem tido matérias excelentes mostrando o quadro dramático em que vivemos e pior, o que vamos viver nos próximos anos. Já temos mais de uma década perdida e, se não pudermos derrotá-los, já, o país sofrerá mais alguns anos.

Mas não só no plano econômico o quadro é grave. O quadro político/institucional é mais dramático ainda. O PT - associado à algumas alianças políticas de baixa qualidade moral - tomou de assalto não só as instituições governamentais tradicionais ( ministérios, empresas, autarquias, fundações ) mas também aquelas constituídas para serem instituições do Estado brasileiro ( agências reguladoras de petróleo, energia, telecomunicações, saúde, vigilância sanitária, defesa do consumidor e tantas outras ), como controla, através da cooptação pura e simples em troca de dinheiro, sindicatos, associações populares e organismos da sociedade civil, não governamentais.

Não satisfeitos com tudo isso lançam seus olhares para a mídia, através da tentativa de controlar o seu conteúdo e, mais recentemente, para o Poder Judiciário, insatisfeitos com a independência e autonomia do Supremo Tribunal Federal. A ação petista é explícita, sem constrangimentos: o ex presidente Lula expôs o seu inconformismo com decisões da Corte Suprema ao dizer que, se fosse hoje, não faria algumas das indicações que fez de alguns do Ministros para o STF. Certamente sua contrariedade referia-se às posições adotadas no processo do mensalão pelo Ministro Joaquim Barbosa ( por ele indicado ) e pelo Ministro Luis Fux ( indicado por Dilma ), que se opuseram às posições de Lewandowski e Dias Toffoli ( indicados por Lula ). Os votos de alguns dos ministros da Corte não agradaram ao Lula.

Isso mostra como Lula e o PT caminham, celeremente, para o totalitarismo. É central nesse projeto de controle absolutista a derrota de candidatos aos governos dos Estados que não se submetem ao seu comando, como o caso de São Paulo e Minas Gerais, a ampliação de suas bancadas na Câmara e no Senado ( como já operou nas eleições de 2010 ) e, especialmente, a reeleição de Dilma Roussef para dar continuidade às suas tentações totalitárias.

A intenção do PT e de seu líder maior é implantar um regime onde o comando absoluto lhes pertença, sem grandes contestações, de uma certa maneira repetindo, agora sem o uso do poderio militar, o que já fez a ditadura que se instalou em 1964, mas usando os instrumentos do voto popular, como tem acontecido em alguns países da América Latina e como já aconteceu no período pós 64, com o Congresso funcionando mas dominado, os partidos controlados, as associações populares atemorizadas, a imprensa sob censura e as instituições políticas como o Legislativo e o Judiciário sujeitos, se não a atos institucionais que cassaram mandatos, à pressão das ruas ( "Brasil, ame-o ou deixe-o" ) ou aquietados pela pura e simples cooptação sem qualquer escrúpulo.

Assim como nos idos da década de 60 do século passado é preciso, para além dos partidos, construir a unidade das forças autenticamente democráticas e barrar o avanço dos que têm como único objetivo consolidar um regime retrógrado que quer se apresentar como progressista mas que nada mais é que a repetição, com a máscara do voto popular, do que já enfrentamos e vencemos.

Não vamos ceder nem por covardia, nem por desânimo. A democracia é um valor universal, inegociável, e é a base para o progresso da sociedade.

Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB

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