• Presidente do PT chama militância para ir às ruas e lança críticas contra Eduardo Campos
Fernanda Krakovics – O Globo
BRASÍLIA — Em discurso escrito para a convenção nacional do PT, neste sábado, que oficializará a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o presidente do partido, Rui Falcão, afirma que essa eleição será a mais difícil e dura de todas; faz ataques velados aos adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), que significariam, segundo ele, retrocesso; e defende a regulação da mídia. Falcão também explora os xingamentos dirigidos à Dilma na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, pelas “classes dominantes”.
“O tiro saiu pela culatra. Nossa presidenta foi cercada, sim, pela solidariedade unânime dos que condenam a violência, a vilania, as proclamações de ódio”, afirma trecho do discurso de Falcão, que pretende ler apenas uma parte do discurso na convenção e dar o restante como lido, distribuindo o documento no evento.
Falcão conclama a militância a ir para as ruas pela campanha à reeleição, reeditando a mobilização da campanha de 1989, a primeira disputada por Lula. "Já se tornou lugar comum dizer que esta eleição será a mais dura, a mais difícil de todas. E os fatos mostram que sim. Passados quase doze anos da vitória histórica de Lula em 2002 e três e meio da posse de Dilma em 2011, o Brasil é outro".
Ao comparar os governos de Lula e Dilma com o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o presidente do PT afirma que o partido não permitirá retrocessos e ironiza o resgaste de FH pelo candidato do PSDB à presidência da República, senador Aécio Neves (MG). Fernando Henrique foi escondido nas campanhas anteriores do partido. “Não vamos permitir retrocessos, nem a volta a um passado de recessão, arrocho e desemprego, cuja figura-símbolo, antes condenada ao ostracismo pelos parceiros, agora ressurge como guru nas convenções dos tucanos, pontificando como sempre e falando contra a corrupção que nunca combateu quando governou”.
No discurso do presidente do PT também há espaço para farpas contra o ex-aliado Eduardo Campos (PSB), que disputará o Palácio do Planalto se colocando como terceira via.
“Como ressaltam as nossas diretrizes para o programa de governo, a proposta de um novo ciclo de mudanças constitui a melhor resposta aos que tentam manipular as legítimas aspirações do povo brasileiro, propondo o retorno aos tempos dos governos neoliberais. Constitui, também, a melhor forma de desmascarar quem tenta se apresentar como ‘terceira via’, mas concilia com os interesses neoliberais”, afirma.
Falcão afirma que Dilma é a pessoa mais apta para continuar a promover as mudanças que o país precisa. “A Presidenta Dilma Rousseff quem tem credibilidade para seguir conduzindo, com mais impulso e velocidade, as transformações em curso e também as transformações futuras”.
Bandeira histórica do PT, a defesa da regulação da mídia não ficou de fora. “Tão importante quanto a reforma política é a democratização da mídia, que os oligopólios tentam caracterizar como censura. Na verdade, eles tentam manter intocada a atual situação de poder e concentração que impede a pluralidade e a diversidade nos meios de comunicação do país”.
Falcão também defende o decreto presidencial que instituiu a Política Nacional de Participação Social, que cria uma superestrutura de conselhos populares na administração federal.
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