Em uma pesquisa eleitoral feita 4 meses antes do pleito o que é expressivo? Certamente não é a nebulosa intenção de voto nos candidatos. Essa fala mais do passado do que do futuro. No caso atual em nosso país, uma presidente candidata à reeleição, diuturnamente nos meios de comunicação, distribuindo dádivas a torto e à direito, sem se preocupar com o que vai acontecer após as eleições, vai disputar com dois ex governadores, conhecidos apenas em seus Estados, aparece na frente das pesquisas de intenção de volto. O que isso quer dizer? Literalmente, nada! E o que quer dizer a avaliação da detentora do cargo e de seu governo? Tudo!
Para começar, pela primeira vez na série do Ibope, tornou-se majoritário o contingente de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo. A avaliação negativa da gestão atual é feita por 33% dos entrevistados pelo Ibope, enquanto os que a consideram ótima ou boa somam apenas 31%. Nem no auge dos protestos do ano passado isso chegou a acontecer (na ocasião, houve rigoroso empate em 31%).
Da mesma maneira, são maioria os brasileiros que desaprovam a maneira de a candidata-presidente governar: são 50%, contra 44% que ainda a aprovam. Neste quesito, isso se dá pela segunda vez na atual gestão: em julho do ano passado, Dilma também era mais rejeitada que aprovada (49% a 45%), situação que agora volta a acontecer.
A mesma coisa acontece com o grau de confiança na presidente. Segundo o Ibope, 52% simplesmente não confiam na presidente que os governa, enquanto 41% mantêm a confiança. É a maior marca negativa neste quesito registrada por Dilma – em julho de 2013, a desconfiança também superava a confiança, mas com margem menor (50% a 45%).
As políticas adotadas pela presidente Dilma são majoritariamente desaprovadas pelos brasileiros: educação, saúde, segurança pública, combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego, meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.
Com toda essa desaprovação - governo majoritariamente ruim e péssimo, desconfiança, e maneira de governar negativas - Dilma Rousseff vai a pique. Surpresas e milagres existem mas, em geral, não acontecem nas eleições. E não vai ser a campanha do Lula - "a esperança vencerá o ódio" - que vai pegar, pois durante toda a vida do PT os petistas geraram muito ódio contra seus opositores.
A pesquisa do Ibope foi realizada após a abertura da Copa, sugerindo, quem sabe, que a população em geral não compartilhou o repúdio aos péssimos modos da torcida no Itaquerão, como o PT se encarregou de tentar fazer todos crerem – embora sequer os mais destacados porta-vozes petistas, como Gilberto Carvalho, demonstrem acreditar em suas versões...
O mais certo é que os brasileiros de fato compartilham a avaliação que o secretário-geral da Presidência da Repúblicaexternou entre militantes e ativistas amigos do PT: “(A percepção de que) Inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou.” A pesquisa do Ibope mostra que ele está coberto de razão.
Alberto Goldman é vice-presidente nacional do PSDB
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