Ribamar Oliveira – Valor Econômico
BRASÍLIA - A menos de dois meses da eleição, o governo abriu as torneiras do gasto público. Os pagamentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) bateram recorde no mês passado, atingindo R$ 8,45 bilhões. O valor supera o gasto de julho em R$ 3,45 bilhões e também o de janeiro (R$ 7,3 bilhões), que até agora havia sido o maior do ano.
Os pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida - R$ 2,62 bilhões - também foram os mais altos deste ano. Os desembolsos para o Ministério dos Transportes, igualmente elevados, atingiram R$ 1,7 bilhão. Só o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes fez pagamentos de R$ 1,497 bilhão.
Também foram elevados os repasses feitos pelo Tesouro à Caixa Econômica Federal para o pagamento do Seguro Desemprego e do Abono Salarial (R$ 9,3 bilhões), conforme levantamento realizado pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados no Siafi, o sistema eletrônico de registro de receitas e despesas do governo federal.
Os repasses do Tesouro para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) também aumentaram em agosto. Até o dia 29, o Tesouro tinha emitido ordens bancárias no montante de R$ 3,698 bilhões. Foi o maior repasse mensal para a CDE neste ano, o que eleva o total de janeiro a agosto a R$ 9 bilhões.
Os recursos da CDE pagam as indenizações às hidrelétricas que aderiram à nova regulamentação do setor, os subsídios para a baixa renda, combustíveis para as termelétricas e o socorro às distribuidoras pelo acionamento das térmicas. O Tesouro reservou R$ 13 bilhões para essa despesa em 2014.
Os pagamentos elevados do PAC em agosto podem ter sido uma resposta a queixas de empresários por atrasos nos desembolsos dos recursos. A abertura das torneiras, no entanto, coloca em xeque a possibilidade do governo alcançar a meta fiscal de 1,9% do PIB fixada para este ano.
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