Marco Antonio Teixeira
• Para o cientista político da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, democracia ganhou com mandatos consecutivos
A Câmara dos Deputados acertou ao aprovar o fim da reeleição?
A reeleição foi um ganho enorme para a democracia. Com ela, podemos julgar quem está no poder, avaliar o desempenho de seu governo. Se o governante foi bem, deve ser reconduzido.
Mas não favorecia o uso da máquina?
Acho que os deputados erraram no diagnóstico. Eles simplesmente puseram fim a algo que foi positivo para o país. Talvez pudessem ter mantido a reeleição, com a necessidade da desincompatibilização. O candidato à reeleição se afasta seis meses antes e, com isso, evita-se o uso da máquina.
Como avalia a manutenção das coligações para eleições proporcionais?
Aos partidos não interessava o fim das coligações. Manter as coligações alimenta a manutenção dos pequenos partidos, facilitando acertos por tempos de TV e todas as distorções que o sistema gera.
E o que acha da emenda que permite que as empresas façam doações aos partidos?
É constitucionalizar uma prática que estamos vendo como nociva no caso da Operação Lava-Jato. Todos sabem que os partidos acabam repassando para os candidatos os valores que recebem das empresas.
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