Por Fernando Taquari e Arícia Martins | Valor Econômico
SÃO PAULO - O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, voltou a defender ontem, em sabatina com presidenciáveis promovida pelo BTG, a aliança que fechou com o Centrão, motivo de ataques de adversários. "Prometer mudança sem composição política é mentira. São grandes partidos em torno de uma proposta e de um programa", frisou
Questionado sobre como lidar com 23 governos estaduais quebrados e um Congresso mais fracionado, em caso de ser eleito, Alckmin respondeu que o próximo governo vai chegar à Presidência com 60 milhões de votos, o que dará legitimidade para fazer as mudanças necessárias.
"Quem for eleito terá quase 60 milhões de votos, este é o lado bom do presidencialismo, que tem vários defeitos", disse.
"Uma grande aliança como nós fizemos é fundamental para chegar lá ponta, em janeiro e fevereiro, com o apoio do Congresso ao nosso projeto de reformas", complementou Alckmin.
A composição com o Centrão foi criticada de forma velada no evento por Alvaro Dias, candidato do Podemos. "Eu não negocio na madrugada da política. Jamais lotearia o governo para ter apoio. Sei que o povo não aceita mais essa promiscuidade", disse o senador, que classificou a aliança feita pelo PSDB e pelo Centrão como "arca de Noé".
O pedetista Ciro Gomes, que também negociou com os partidos do Centrão, afirmou que não havia "a menor chance" de que os partidos encampassem sua candidatura. "Eu queria conversar com eles para já encaminhar providências entre a eleição e a posse", afirmou.
O pedetista se concentrou em rechaçar o aceno feito pelo candidato a vice na chapa petista, Fernando Haddad, para uma união no segundo turno. "Estou preocupado. Isso é um convite à nação vir dançar na beira do abismo, porque há uma imensa gratidão, merecida e justa de uma fração importante do povo brasileiro com o Lula. Mas isso é suficiente para você deixar todas as regras de lado e colocar uma dinâmica em que hoje é vice, mas amanhã não é? Isso gera uma confusão", afirmou. Ele se referia ao fato do PT insistir na candidatura presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ser declarada inelegível.
Já o candidato do MDB, Henrique Meirelles, que tem apenas cerca de 1% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, procurou mostrar-se confiante. Disse que Alckmin "seria um excelente vice para sua chapa". "Teria grande prazer em formar chapa com ele, que seria, com o devido respeito ao meu vice [Germano Rigotto], um excelente candidato a vice", disse. Segundo o presidenciável do MDB, pesquisas qualitativas internas feitas pela sua equipe enquanto ele ainda comandava a Fazenda apontam que seu potencial de crescimento é elevado.
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