Por Assis Moreira | Valor Econômico
DAVOS - "Se for convidado, lógico que vou conversar com Bolsonaro, o momento é para dialogar", diz o apresentador e empresário Luciano Huck. Ele considera necessário fazer o máximo para "cicatrizar as feridas abertas, porque o país saiu machucado" da campanha eleitoral do ano passado.
Em entrevista ao Valor, antes de chegar a Davos, Huck deixou claro que está decidido a participar mais ativamente do processo político daqui para a frente. "Se não construirmos pontes, vamos continuar com um país dividido, polarizado, nervoso, não aberto ao diálogo, e isso é ruim", diz. Para ele, o governo Bolsonaro está aberto ao diálogo.
A vinda de Huck a Davos ocorre no rastro da criação pelo fórum de um grupo de novas lideranças latino-americanas comprometidas com ética, eficiência e redução das desigualdades.
Huck vê país 'machucado' e afirma estar aberto a diálogo com presidente
"Se for convidado, lógico que vou conversar com Bolsonaro, o momento é para dialogar." É o que afirma o apresentador e empresário Luciano Huck, estimando ser necessário se fazer o máximo para "cicatrizar as feridas abertas, porque o país saiu machucado" da campanha eleitoral.
Em entrevista ao Valor, antes de chegar a Davos para participar pela primeira vez do Fórum Econômico Mundial, Huck deixou claro que está decidido a participar do processo político mais ativamente daqui para a frente.
"Se não construirmos pontes, vamos continuar com um país dividido, polarizado, nervoso, não aberto ao diálogo, e isso é ruim para o país como um todo", diz ele. "Temos que parar de reclamar e começar a apontar caminhos, discutir, colocar a mão na massa, e isso exige descer do palco e dialogar."
Para Borge Brende, presidente-executivo do fórum, o maior desafio para Bolsonaro será justamente construir pontes entre as forças políticas.
A ida de Huck a Davos ocorre no rastro da criação pelo fórum de uma grupo de novas lideranças latino-americanas, que dizem ter como prioridade ética, eficiência e redução das desigualdades.
O apresentador vê no governo Bolsonaro disposição ao diálogo e para implementar pautas "super importantes", como nas áreas fiscal, política, de previdência, combate à corrupção e segurança pública.
"Toda a pauta que entendemos como correta tem que ser apoiada. Ao mesmo tempo seremos vigilantes, porque não podemos aceitar a mistura de política e religião, religião e educação, qualquer tipo de autoritarismo, pensamento retrógrado, sectário e atitude reacionária."
Ao seu ver, por enquanto, políticas de retrocesso não foram implementadas e, nesse aspecto, há apenas discursos do governo. Nota também que as reformas são necessárias, mas que é preciso política clara de redução da desigualdade, "porque do contrário jamais seremos o país do futuro". E aponta a falta de um projeto real para o país pelo novo governo.
Huck saiu com um capital político importante do processo eleitoral, mesmo tendo decidido não participar da disputa. Diz não ter arrependimento, porque concorrer era um desafio grande que não podia ser levado pela vaidade. Agora, quer influenciar mais. Planeja fortalecer seus movimentos Agora e Renova, para eleger na eleição municipal de 2020 candidatos de partidos diferentes considerados engajados em claros objetivos.
"A ideia é formar grupos capazes de criar um projeto para reduzir as desigualdades sociais no país, que alguém vai implementar, não necessariamente eu", diz. Huck insiste que não quer de jeito nenhum que suas movimentações políticas, que vão crescer, pareçam um gesto pessoal. Acha "muito prematuro" discutir se no futuro entrará na disputa eleitoral. Também considera ser cedo para falar em articulação política para criação de um partido de centro.
Certo mesmo é que ele será visto em Davos como um potencial candidato à Presidência em 2022.
Huck reclama que as pessoas tendem a associar a pauta da redução das desigualdades como ideologia de esquerda, e não concorda. "A nova política não tem de se limitar a esquerda, direita ou centro. Tem que buscar as melhores ideias, independentemente de sua origem."
O apresentador vê como importante a vinda de Jair Bolsonaro a Davos. "É preciso entender o mundo globalizado para poder inserir melhor o Brasil no contexto mundial", afirma.
Outro potencial candidato à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria, vem pela segunda vez ao fórum de Davos.
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