Senador não dá explicações detalhadas sobre fluxo bancário e fragiliza imagem do governo
À medida que o tempo foi passando, o chamado caso Queiroz, com muitos indícios de ser um golpe da “rachadinha”, típico do baixo clero parlamentar, cresceu e, como era previsto, atingiu o titular do escritório em que assessores cediam parte de seus salários, sendo o ex-policial militar o arrecadador do dinheiro.
E assim, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, enquanto se preparava para trocar o escritório na Assembleia fluminense (Alerj) por um gabinete no Senado, foi surpreendido pela notícia, de “O Estado de S.Paulo”, de que Fabrício Queiroz, seu assessor, e vários outros de mais de 20 deputados da Alerj caíram na malha do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por realizarem operações bancárias atípicas. Relatórios do Coaf fazem parte das investigações conduzidas pela Operação Furna da Onça, da PF e do Ministério Público estadual, sobre corrupção na Assembleia.
A história não parou de ganhar importância, aponto de passara serreal ameaça à imagem do governo do pai de Flávio, eleito pelo voto do cansaço com as traficâncias do PT e aliado sede esperança nas promessas de combate firme à corrupção feitas por Jair Bolsonaro. Inclusive de não pactuar com delitos cometidos em seu entorno.
Contra o presidente nada surgiu até agora. Mas o R $1,2 milhã oque passou pela conta de Fabrício em dois anos transformou-se, conforme revelou O GLOBO, em R$ 7 milhões em três anos, o que deu nova dimensão ao assunto. E, na sexta, o “Jornal Nacional” revelou que o Coaf também detectou 48 depósitos em favor de Flávio Bolsonaro, de R$ 2 mil cada, R$ 96 mil ao todo. O fracionamento costuma ser manobra típica de tentativa de ocultação.
O senador diplomado deu entrevista à “RedeTV!”, divulgada no domingo, em que explicou que os depósitos pulverizados se deveram ao fato de que o caixa eletrônico no qual foram feitos, na própria Alerj, estabelece limite por operação. E que o dinheiro provém da venda de um apartamento, da qual recebeu R$ 100 mil em dinheiro. O ex-atleta Fábio Guerra confirmou ontem o negócio fechado com Flávio.
Faltam mais explicações. Por exemplo, sobre divergências de datas entre a escritura do imóvel e os depósitos na conta de Flávio detectados pelo Coaf. E por que eles foram feitos em 48 parcelas, quando seria mais fácil usar o caixa normal.
O senador justifica o tamanho das cifras que transitaram pela sua conta por ser empresário e devido ao tal negócio imobiliário. Ele garante que tem como afastar suspeitas sobre o fluxo de sua conta bancária. Deveria, então, depor logo ao MP. Também porque seu pedido para que se valha do foro especial de senador não deverá prosperar.
Flávio Bolsonaro deveria ser o primeiro a não querer que este caso se alongue e comece a desidratar politicamente o governo, às vésperas de negociações-chave no Congresso para viabilizar a reforma da Previdência.
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