Núcleo duro do governo já mostra interesses antagônicos e gera confusão na comunicação; Onyx Lorenzoni enfrentará muito 'fogo amigo'
Rodrigo Prando* | O Estado de S.Paulo
Iniciado o ano parlamentar, com deputados e senadores escolhendo os presidentes de ambas as Casas, caberá ao governo Bolsonaro iniciar de maneira afinada suas relações políticas, o diálogo necessário entre os Poderes da República. Ter o apoio dos presidentes da Câmara e do Senado será essencial para a aprovação das importantes reformas, especialmente a reforma da Previdência.
No entanto, o núcleo duro do governo já mostra interesses antagônicos e gera confusão na comunicação, seja entre os atores políticos ou mesmo com a mídia. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, terá muito trabalho na articulação política e, ainda, muito “fogo amigo” para enfrentar.
No bojo da Câmara, o PSL, partido do presidente, tem a segunda maior bancada, mas com deputados inexperientes e sem o necessário traquejo discursivo, prático e simbólico inerentes à atividade parlamentar.
Já a oposição, seja com a combalida narrativa petista ou com uma oposição distante e independente do PT, com Ciro Gomes, Marina Silva, PPS, entre outros, não se fez presente neste primeiro mês de Jair Bolsonaro à frente do poder. Deverão, todos os parlamentares, em breve, iniciar suas ações de alinhamento e oposição ao governo.
O Congresso foi, em parte, renovado, mas em termos de valores e ideias está, majoritariamente, mais próximo de Bolsonaro, na conjugação de liberalismo na economia e conservadorismo nos costumes.
*É professor e pesquisador do Mackenzie
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