segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Chilenos são a favor de nova Constituição

Consulta cidadã aponta saúde, educação e pensões como temas prioritários

- O Globo

SANTIAGO - Os resultados preliminares de uma consulta cidadã municipal realizada no Chile ao longo da última semana indicam que a grande maioria daqueles que compareceram às urnas são a favor de uma nova Constituição, do voto obrigatório e de impostos mais baixos para produtos básicos.

Segundo os dados iniciais, divulgados na noite de ontem, as três demandas prioritárias escolhidas pelos participantes são melhorar a qualidade da saúde e da educação pública e o aumento das pensões.

Promovida pela Associação dos Municípios Chilenos, a consulta ocorreu em 226 dos 346 municípios chilenos. A participação foi voluntária e o resultado, não vinculante.

Segundo os organizadores, os resultados da pesquisa serão entregues ao Parlamento e ao Gabinete do presidente Sebastián Piñera.

De acordo com resultados prévios que consideram pouco mais de 1 milhão de votos, 846.110 pessoas (91%) se mostraram favoráveis a uma nova Constituição para substituir a atual, herdada da ditadura de Augusto Pinochet. Em comparação, 80.378 pessoas (8,6%) discordaram de uma nova Carta.

No que diz respeito a quem deveria elaborar o documento, 345.393 pessoas optaram por uma Assembleia Constituinte, enquanto 138.647 votaram por um grupo misto, composto por parlamentares em exercício e representantes eleitos exclusivamente para a tarefa.

Os dados preliminares também indicam que 687.681 pessoas são a favor do voto obrigatório, contra 106.395 que defendem o voto facultativo.

A consulta é uma resposta às demandas dos manifestantes que tomam as ruas do país desde 18 de outubro, em um movimento inicialmente motivado pelo aumento das tarifas do metrô.

Rapidamente, os protestos ampliaram seu escopo, defendendo mudanças no modelo econômico, melhorias em serviços públicos, como escolas e hospitais, e a reforma constitucional.

Em meio à isso, aumentou também a violência e às denúncias de violações de direitos humanos por parte das forças de segurança.

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