- Folha de S. Paulo
Bolsonaro segue firme na missão de não deixar que o brasileiro esqueça o PT
Um ano de governo e Jair Bolsonaro segue firme na missão de não deixar que o brasileiro esqueça o PT, mais precisamente de Lula. EUA e Irã em meio a um conflito seriíssimo e o presidente faz o quê? Fala de Lula.
Não houvesse já a difícil missão de desfazer o estrago causado pela nota em apoio ao assassinato do militar iraniano, Bolsonaro resolve relembrar uma visita que Lula fez ao Irã em 2010 para tratar de um acordo nuclear. Para quê? Para espalhar fake news. E não basta lamber as botas de Donald Trump, tem que fazer transmissão ao vivo.
É o roto falando do esfarrapado. Bolsonaro critica as relações de Lula, mas desfilou sorridente ao lado do príncipe de outra ditadura, acusado de matar um jornalista dentro da embaixada de seu país, a Arábia Saudita, um oásis de censura, perseguição e tortura. Deve vir daí a afinidade que o presidente brasileiro disse ter com o monarca.
Mas e o PT? Bolsonaro apela à retórica da ameaça da volta do partido para chantagear eleitores e o próprio Congresso. Além dele, ministros não deixam que a sigla perca a força na memória do eleitorado. Ricardo Salles, do Meio Ambiente, culpou o partido pela fragilização dos órgãos ambientais. Weintraub, da Educação, também não perde a chance de colocar o PT na reta ao falar dos desastrosos índices da área. Para Onyx Lorenzoni, quem responde pela piora do Índice de Desenvolvimento Humano? Exatamente.
Sim, o PT foi responsável pelo desempenho medíocre do país em vários setores em seus últimos anos de governo. Mas já tivemos a fase Temer, e terminamos 1/4 de Bolsonaro. É hora de ser grandinho e assumir responsabilidades. Mas o que veremos é a atual gestão se vangloriar de resultados positivos, como no caso da segurança, e culpar o PT por tudo o que continuar dando errado. A não ser quando a culpa for do Leonardo Di Caprio. Ou do Paulo Freire, que também é culpa do PT.
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