Folha de S. Paulo
Em troca da governabilidade, o governo
cederá espaço para quem apoiou Bolsonaro
Membro do Ministério Público Federal desde
1987, subprocurador-geral da República e atual vice-presidente-procurador-geral
eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco é o favorito para assumir a
chefia da Procuradoria-Geral da União. Bonet defendeu a inelegibilidade de
Bolsonaro no TSE e é o candidato apoiado por dois ministros do Supremo, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. No entanto, só se fala em Augusto Aras.
Um balão de ensaio tão perfeito que até o próprio Aras acredita que poderá ser
reconduzido ao cargo.
Não só acredita como está em campanha, fazendo coisas inacreditáveis, como o pedido para ter acesso a nomes e dados de identificação de todos os seguidores de Bolsonaro nas redes. Lula vai cozinhar o galo enquanto puder, pois sabe que qualquer nome que escolha, ante a possibilidade de manter Aras, será um alívio e uma decisão acertada aos olhos até dos adversários.
Bem mais complicado será controlar a
insatisfação com o ingresso na Esplanada de dois pilares do centrão —o PP do
presidente da Câmara, Arthur Lira,
e o Republicanos, braço da Igreja Universal— dispostos a abocanhar
vantajosas fatias do bolo. Em troca da governabilidade, o governo cederá espaço
para quem apoiou Bolsonaro no primeiro e no segundo turno. Além do abalo à
imagem, não deixa de ser uma traição aos eleitores da frente ampla.
Na tentativa de salvaguardar as ministras
mulheres, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a apelar à onda rosa: "O filme da
Barbie, que vem sendo criticado por conservadores por conta do feminismo,
mostra como a luta pelo protagonismo das mulheres e a ocupação de espaços de
poder ainda é longa".
***
O Brasil continua batendo recordes. Os
estelionatos mais que quadruplicaram em cinco anos e somam 208 golpes por hora.
Ou seja: quem não é golpista de um jeito, é de outro.
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