Folha de S. Paulo
PT paga o preço da falta de renovação,
atrelado à visão passadista de Lula
A interdição ao crescimento de novas lideranças com obediência cega e longeva
aos ditames de um só líder cobram um preço alto ao PT. Atrelado a uma visão
passadista de seu comandante, tem dificuldade de dialogar com o novo tempo.
As pesquisas indicam que o partido se arrisca
na presente campanha municipal a repetir o fracasso de 2020, quando não
conseguiu eleger ninguém nas capitais e se viu
reduzido a 183 prefeituras no país, numa desidratação e tanto para
quem já teve 638. Isso foi há 12 anos.
Pode ganhar em São Paulo? Pode, mas para se tornar competitivo precisou recorrer a alguém de fora de seus quadros, porque é Guilherme Boulos (PSOL) e não um petista, o candidato em condição de colocar a esquerda na disputa.
Luiz Inácio da Silva já não é a usina de
votos que durante as últimas três décadas justificaram a submissão do PT a ele.
Ganhou em 2022 por um triz e só não perdeu devido a ajuda do centro, cujas
demandas ignora no governo.
Lula prefere
se apegar a uma retórica envelhecida que, além de não fazer sentido _ nem para
os jovens nem aos mais velhos _, nega avanços e escancara a predileção dele por
meios e modos de governar, hoje inaceitáveis.
O presidente não disfarça seu instinto
cesarista, sua insatisfação com autonomias que retiraram do Executivo poder de
influência e barganha.
Revisita sua antiga birra com as agências
reguladoras, que tentou sem sucesso esvaziar no primeiro governo. Compara uma
das maiores empresas brasileiras a um "cachorro sem dono" pela
frustração de não ter emplacado um afeiçoado na presidência
da mineradora Vale, privatizada há 27 anos.
Lula tem saudade das teles que tantos cabides
fornecia aos políticos, mas mantinha os brasileiros na pré-história da
telefonia. Lugar onde talvez ainda estivéssemos hoje se prevalecessem as ideias
do atual presidente, que precisa deixar seu partido tenha a opção de se
atualizar.
Um comentário:
Dora doreando sem dourar nada,rs.
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