O ELEITOR FICOU MAIS ESPERTO
Villas-Bôas Corrêa
Governo a começar pelo presidente Lula e pela ministra-candidata Dilma Rousseff parlamentares e candidatos devem ler e tentar aprender as lições do eleitor, registradas pela pesquisa do Instituto Vox Populi realizada entre os dias 27 de junho e 6 de julho por encomenda da Associação Brasileira dos Magistrados (AMB) e publicada com o merecido destaque e chamada na primeira página pelo JB da edição do dia 12.
Os 1.502 eleitores de todas as regiões do país ouvidos pela pesquisa mandam um recado com endereço certo para os que, por assim dizer, vivem e bem do seu voto com milionárias mordomias, vantagens e mutretas que adornam o mandato parlamentar, de vereador a senador e deputado federal.
O que já se sabia, mas que agora chega quente e medido é que 82% dos consultados concordam totalmente que "a maioria dos políticos não cumpre as promessas que faz durante a campanha". Esta precisa afirmação da esmagadora maioria ricocheteia no pessimismo de outros índices contraditórios. E que tanto alvejam o político como o próprio eleitor na sincera severidade da população. Dois exemplos: 61% não cultivam ilusões e concordam que "a maioria das pessoas aceitaria votar em um candidato em troca de alguma vantagem pessoal".
Como se logo recuperassem o fôlego, 63% batem firme no pessimismo e proclamam que não acreditam que os políticos eleitos são punidos quando cometem atos ilegais. Pergunta, aliás, de resposta previsível.
Na cadência da obviedade conferidas pelas percentuais das respostas, 85% desdenhosamente carimbam a sincera evidência que são os próprios políticos que se beneficiam com a militância no exercício da política.
Para completar a lista de advertências do eleitor, a aparente contradição dos 62% que afirmam que votariam mesmo que o voto não fosse obrigatório; a curiosa resposta dos 76% que confessam que escolhem o candidato "mais pela pessoa" e a sinceridade dos 77% que pesam e analisam os benefícios que ele e a família esperam receber coma eleição do candidato da escolha da maioria.
Como a mancha da crise ética que grassa nos três poderes, 30% afirmam conhecer "casos de compra de votos".
Espichei de propósito o registro dos índices da pesquisa em que pela primeira vez a tendência e a opinião do eleitor estão sendo consideradas para o destaque da advertência que se insinua no recado do voto.
A campanha está morna e insossa como chuchu sem sal, com o desmoralizante desprezo pelos partidos sem propostas e sem programa, ao mesmo tempo em que é alvejada pelos respingos de lama pútrida da sucessão de escândalos, denúncia de roubalheira, o show das prisões por atacado de suspeitos ou acusados de todas as falcatruas que não esquentam no xadrez, liberados pelas decisões da cúpula togada.
E o programa eleitoral gratuito ainda não chegou às telinhas com o invariável desfile de candidatos desconhecidos ou conhecidos demais, com segundos para dar o recado em meia dúzia de tolices.
No fundo da paisagem, o governo vem perdendo pontos com o fracasso de promessas mirabolantes como do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) empacado em obras iniciadas e interrompidas e a grita de governadores e prefeitos que se consideram discriminados com o favoritismo da turma da casa.
Daqui a 5 de outubro é o piscar de olhos de um mês e quebrados. O prazo da decisão das eleições de prefeitos das capitais de Estados em que não há favoritos absolutos, como Minas, São Paulo, para não falar do angu da eleição da nossa enjeitada ex-cidade maravilhosa.
Villas-Bôas Corrêa
Governo a começar pelo presidente Lula e pela ministra-candidata Dilma Rousseff parlamentares e candidatos devem ler e tentar aprender as lições do eleitor, registradas pela pesquisa do Instituto Vox Populi realizada entre os dias 27 de junho e 6 de julho por encomenda da Associação Brasileira dos Magistrados (AMB) e publicada com o merecido destaque e chamada na primeira página pelo JB da edição do dia 12.
Os 1.502 eleitores de todas as regiões do país ouvidos pela pesquisa mandam um recado com endereço certo para os que, por assim dizer, vivem e bem do seu voto com milionárias mordomias, vantagens e mutretas que adornam o mandato parlamentar, de vereador a senador e deputado federal.
O que já se sabia, mas que agora chega quente e medido é que 82% dos consultados concordam totalmente que "a maioria dos políticos não cumpre as promessas que faz durante a campanha". Esta precisa afirmação da esmagadora maioria ricocheteia no pessimismo de outros índices contraditórios. E que tanto alvejam o político como o próprio eleitor na sincera severidade da população. Dois exemplos: 61% não cultivam ilusões e concordam que "a maioria das pessoas aceitaria votar em um candidato em troca de alguma vantagem pessoal".
Como se logo recuperassem o fôlego, 63% batem firme no pessimismo e proclamam que não acreditam que os políticos eleitos são punidos quando cometem atos ilegais. Pergunta, aliás, de resposta previsível.
Na cadência da obviedade conferidas pelas percentuais das respostas, 85% desdenhosamente carimbam a sincera evidência que são os próprios políticos que se beneficiam com a militância no exercício da política.
Para completar a lista de advertências do eleitor, a aparente contradição dos 62% que afirmam que votariam mesmo que o voto não fosse obrigatório; a curiosa resposta dos 76% que confessam que escolhem o candidato "mais pela pessoa" e a sinceridade dos 77% que pesam e analisam os benefícios que ele e a família esperam receber coma eleição do candidato da escolha da maioria.
Como a mancha da crise ética que grassa nos três poderes, 30% afirmam conhecer "casos de compra de votos".
Espichei de propósito o registro dos índices da pesquisa em que pela primeira vez a tendência e a opinião do eleitor estão sendo consideradas para o destaque da advertência que se insinua no recado do voto.
A campanha está morna e insossa como chuchu sem sal, com o desmoralizante desprezo pelos partidos sem propostas e sem programa, ao mesmo tempo em que é alvejada pelos respingos de lama pútrida da sucessão de escândalos, denúncia de roubalheira, o show das prisões por atacado de suspeitos ou acusados de todas as falcatruas que não esquentam no xadrez, liberados pelas decisões da cúpula togada.
E o programa eleitoral gratuito ainda não chegou às telinhas com o invariável desfile de candidatos desconhecidos ou conhecidos demais, com segundos para dar o recado em meia dúzia de tolices.
No fundo da paisagem, o governo vem perdendo pontos com o fracasso de promessas mirabolantes como do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) empacado em obras iniciadas e interrompidas e a grita de governadores e prefeitos que se consideram discriminados com o favoritismo da turma da casa.
Daqui a 5 de outubro é o piscar de olhos de um mês e quebrados. O prazo da decisão das eleições de prefeitos das capitais de Estados em que não há favoritos absolutos, como Minas, São Paulo, para não falar do angu da eleição da nossa enjeitada ex-cidade maravilhosa.
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