Milton Coelho da Graça
DEU NO DIÁRIO DA MANHÃ (GO)
BARÃO DO RIO BRANCO TREME NO TÚMULO
Se alguém fizer uma lista dos 100, 50, 10 ou até apenas 3 dos maiores brasileiros de todos os tempos, sem dúvida nenhuma o Barão do Rio Branco será um deles. Depois de nos metermos em uma carnificina no Paraguai e inspirarmos natural receio pela diferença de tamanho de populaçao e recursos naturais em relação aos outros países da América do Sul, o nosso grande barão construiu as bases de um patrimônio inigualável no resto do mundo: temos fronteiras com dez países e nem um só problema, uma só divergência sobre elas com nossos vizinhos. E tudo resolvido na mais completa paz. Também firmamos na consciência de todos os companheiros de continente a confiança de que o Brasil tem uma política sagrada de não-intervenção nos assuntos internos de cada um deles e colocamos em nossa Constituição a renúncia a qualquer agressão guerreira.
No entanto, de vez em quando, influenciados por idéias, estratégias e interesses de outros países não-sul-americanos, nossos militares têm espasmos de grandeza bélica. Certa vez compramos dois porta-aviões, armas claramente de ataque, numa operação que só se explica como mamata. Durante décadas, mantivemos em Santa Maria, Rio Grande do Sul, talvez a mais poderosa de nossas bases aéreas, com a óbvia intenção de assustar os argentinos.
Nosso Exército até hoje foi incapaz de aproveitar a grande extensão de nosso país e a experiência internacional para formular uma estratégia defensiva apoiada na guerra de guerrilha, capaz de enfrentar e derrotar qualquer um que algum dia resolva nos atacar. Continua basicamente agarrado a grandes bases e fortalezas inúteis em nossas maiores cidades, evidentemente mais preocupado com convulsões internas do que possíveis inimigos externos.
Pois nosso ministro civil da Defesa de repente começa a falar em reequipar as Forças Armadas com o intuito cada vez mais nítido – e até claramente expressado em jornais por alguns admiradores belicosos – de “assustar” os vizinhos envolvidos em disputas políticas internas com a hipótese de uma possível intervenção brasileira.
Por que e para que vamos gastar bilhões de dólares em novos caças supersônicos, muito pouco úteis para proteger nosso país das reais ameaças externas – sejam terroristas, traficantes, falsos missionários ou ladrões de nossa biodiversidade? E por que voltarmos novamente a proteger as indústrias de armamentos, alucinadas por subsídios?
PMDB PREPARA FESTA,TEMPORÃO PAGA CONTA
Os chefões do PMDB já acertaram todo o esquema para ficar com a presidência das duas casas do Congresso: Michel Temer comandará a Câmara Federal, José Sarney, o Senado. O deputado Henrique Alves assume a presidência do partido e o alagoano Renan Calheiros ressuscita e será o líder no Senado, Tudo certinho, mas e o PT, que insiste no tal acordo de Senado para um, Câmara para outro, e quer lançar Tião Viana? Aí já está até embrulhado o presente de consolação: a cabeça do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que não vem “atendendo” bem os pedidos dos parlamentares peemedebistas;
QUEM VAI SE MOLHAR COM OS RESPINGOS?
Um veterano do Itamaraty disse esta semana, durante um jantar em Brasília, que a extrema tolerância do presidente Lula com as maquinações do PMDB parecem inspiradas naquela explicação que o presidente americano Lyndon Johnson deu para manter uma raposa inconfiável como J. Edgard Hoover na direção do FBI:
“Eu sei que, se tirasse o William da nossa tenda, ele iria ficar lá fora mijando aqui para dentro. Prefiro que ele fique aqui dentro mijando lá pra fora.”
DUPLA BIBI-JUCA BAIXA PORRADA NO CONGRESSO
A veterana-eternamente-maravilhosa Bibi Ferreira estrela no Rio, com o teatro sempre lotado, a peça “Às favas os escrúpulos”, de Juca Oliveira. Todos os nossos senadores e deputados deveriam ir assisti-la, não só para aplaudir Bibi, mas principalmente para ver a reação do público – predominantemente de classe média, feminino e meia idade.
A peça conta a história de um senador com fama de honesto e bom chefe de família, mas na verdade trambiqueiro, com milhões de dólares de dólares e derretido por uma secretária boazuda. Bibi, a mulher, descobre tudo e só não conto o resto porque não quero tirar o gostinho das surpresas para brasilienses e goianos quando ela se apresentar no Planalto Central.
Esta notinha é só para registrar o aplauso e o entusiasmo do público com todas as falas severas criadas por Juca, expressando o desprezo e a descrença crescentes do país em relação ao Congresso e – perigosamente – até em relação à democracia representativa.
PRESUNTOS E EUCALIPTOS EM NOSSA CRISE
Esse é um ângulo novo e brasileiro na crise financeira, que provavelmente também surgirá em outros países com políticas monetária e cambial iguais ou parecidas com a nossa. Indústrias exportadoras com diretores financeiros metidos a espertos mergulhavam nas operações de jogatina da Bolsa, para obter lucros extras com os dólares das exportações. Faziam mais ou menos assim: exportavam presuntos (Sadia) e resmas de papel (Aracruz) e, em vez de simplesmente meterem os dólares na caixa, iam à Bolsa e apostavam que o dólar não cairia.
O diabo é que o dólar caiu. E muito. Agora está pintando aquela velha história: enquanto estavam ganhando, os lucros eram deles - dos acionistas e controladores das empresas metidas nesse pagode. Mas, na hora dos prejuízos, o socialismo é a doutrina favorita, em alguns corredores do poder a idéia de que o Estado brasileiro deve socorrer suas empresas em perigo. Presidente Lula, cuidado para não cair no conto da Bolsa-Presunto ou da Bolsa-Eucalipto!
E AINDA NÃO HAVIA GELADEIRA NEM TIRA-GOSTO
Josef Reichholf, historiador alemão, defende uma nova versão para o homem primitivo ter deixado de ser nômade e se tornar agricultor: a descoberta da cerveja, amigos, é que fez o homem construir uma casa, ficar quietinho e começar a cantar “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
Parece doido, mas o catedrático da Universidade Técnica de Munique (logo onde!) tem argumentos sérios. O homem teria se estabelecido inicialmente no Oriente Médio, onde havia muita caça. Portanto, ele começou a plantar, um trabalho muito mais duro do que caçar, não para comer, mas sim porque descobriu a cevada e para o quê ela servia nas horas de lazer. E tome loura, mesmo quente, com qualquer churrasco, de camelo ou pássaro distraído. Dêem uma boa olhada nos bares, nas noites de sexta-feira. segundo Reichholf, vocês verão diretos descendentes daquele homem cabeludo que aderiu ao descanso bem irrigado.
NA HORA DA SOMA, CADA UM FAÇA A QUE QUISER
Está difícil determinar qual realmente foi o partido que mostrou mais força nas eleições municipais. Segundo resultados oficiais do TSE, foi o PMDB quem teve mais votos: 18.422.732 (18,6% do total de válidos), com 2.543 candidatos, dos quais 1143 já se elegeram prefeitos e outros 11 foram para o segundo turno. O PT, com 1609 candidatos, 545 eleitos mais 15 no segundo turno. foi o segundo em votos: 16.486.025 votos (16,6%). E o PSDB, também considerando o total de votos “oficiais”, foi o terceiro – 14.454.949 – obtidos por 1702 candidatos, dos quais 778 já eleitos e mais 10 ainda no páreo.
Mas a classificação se complica se levarmos em consideração a relação entre número de candidatos e eleitos: O PMDB já elegeu 47% dos candidatos, o PSDB 46% e o PT apenas 34%.
E se complica ainda mais se considerarmos que os votos foram somados aos partidos em que os candidatos estão inscritos e que nem sempre foram os principais nas coligações que os apoiaram. Por exemplo, Gilberto Kassab foi incluído no total do DEM e Gabeira no do PV. Mas, nos dois casos, receberam forte apoio dos tucanos. Mas, na conta do Tribunal, o PSDB ficou com os votos de Geraldo Alkmin, derrotado e afastado do segundo turno.
Confuso. E mais confuso ainda o caso de Belo Horizonte, em que os votos de Márcio Guerra estão no total do PSB, mas, na verdade, a grande maioria veio do apoio do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT)? E como calcular exatamente o número de votos espalhados por candidatos de todos os partidos da frente governista unicamente pela altíssima aprovação popular do presidente Lula?
Cada um pode fazer sua conta e escolher o partido vencedor das eleições.
ENTRE OS VEREADORES, A COISA É MAIS SIMPLES
O PMDB é o campeão dos vereadores no Brasil, elegeu 23% de seus 36.482 candidatos, com 11.977.196 votos. O PSDB derrotou o PT por escassa diferença de votos – 10.714.393 x 10.539.880 – elegendo 21% (5.894) de seus 28.681 candidatos, enquanto o PT só conseguiu emplacar 14% (4186) do total de 29.882 candidatos.
Mas, na área municipal, outros partidos chegaram mais perto dos Três Grandes, tanto em número de eleitos como de votos: DEM (4815, 7.999.337), PP (5.122, 7.233.167), PDT (3.509, 6.717.625), PTB (3.929, 6.315.928). O resto teve menos de 6 milhões de votos e de 3 mil eleitos
DEU NO DIÁRIO DA MANHÃ (GO)
BARÃO DO RIO BRANCO TREME NO TÚMULO
Se alguém fizer uma lista dos 100, 50, 10 ou até apenas 3 dos maiores brasileiros de todos os tempos, sem dúvida nenhuma o Barão do Rio Branco será um deles. Depois de nos metermos em uma carnificina no Paraguai e inspirarmos natural receio pela diferença de tamanho de populaçao e recursos naturais em relação aos outros países da América do Sul, o nosso grande barão construiu as bases de um patrimônio inigualável no resto do mundo: temos fronteiras com dez países e nem um só problema, uma só divergência sobre elas com nossos vizinhos. E tudo resolvido na mais completa paz. Também firmamos na consciência de todos os companheiros de continente a confiança de que o Brasil tem uma política sagrada de não-intervenção nos assuntos internos de cada um deles e colocamos em nossa Constituição a renúncia a qualquer agressão guerreira.
No entanto, de vez em quando, influenciados por idéias, estratégias e interesses de outros países não-sul-americanos, nossos militares têm espasmos de grandeza bélica. Certa vez compramos dois porta-aviões, armas claramente de ataque, numa operação que só se explica como mamata. Durante décadas, mantivemos em Santa Maria, Rio Grande do Sul, talvez a mais poderosa de nossas bases aéreas, com a óbvia intenção de assustar os argentinos.
Nosso Exército até hoje foi incapaz de aproveitar a grande extensão de nosso país e a experiência internacional para formular uma estratégia defensiva apoiada na guerra de guerrilha, capaz de enfrentar e derrotar qualquer um que algum dia resolva nos atacar. Continua basicamente agarrado a grandes bases e fortalezas inúteis em nossas maiores cidades, evidentemente mais preocupado com convulsões internas do que possíveis inimigos externos.
Pois nosso ministro civil da Defesa de repente começa a falar em reequipar as Forças Armadas com o intuito cada vez mais nítido – e até claramente expressado em jornais por alguns admiradores belicosos – de “assustar” os vizinhos envolvidos em disputas políticas internas com a hipótese de uma possível intervenção brasileira.
Por que e para que vamos gastar bilhões de dólares em novos caças supersônicos, muito pouco úteis para proteger nosso país das reais ameaças externas – sejam terroristas, traficantes, falsos missionários ou ladrões de nossa biodiversidade? E por que voltarmos novamente a proteger as indústrias de armamentos, alucinadas por subsídios?
PMDB PREPARA FESTA,TEMPORÃO PAGA CONTA
Os chefões do PMDB já acertaram todo o esquema para ficar com a presidência das duas casas do Congresso: Michel Temer comandará a Câmara Federal, José Sarney, o Senado. O deputado Henrique Alves assume a presidência do partido e o alagoano Renan Calheiros ressuscita e será o líder no Senado, Tudo certinho, mas e o PT, que insiste no tal acordo de Senado para um, Câmara para outro, e quer lançar Tião Viana? Aí já está até embrulhado o presente de consolação: a cabeça do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que não vem “atendendo” bem os pedidos dos parlamentares peemedebistas;
QUEM VAI SE MOLHAR COM OS RESPINGOS?
Um veterano do Itamaraty disse esta semana, durante um jantar em Brasília, que a extrema tolerância do presidente Lula com as maquinações do PMDB parecem inspiradas naquela explicação que o presidente americano Lyndon Johnson deu para manter uma raposa inconfiável como J. Edgard Hoover na direção do FBI:
“Eu sei que, se tirasse o William da nossa tenda, ele iria ficar lá fora mijando aqui para dentro. Prefiro que ele fique aqui dentro mijando lá pra fora.”
DUPLA BIBI-JUCA BAIXA PORRADA NO CONGRESSO
A veterana-eternamente-maravilhosa Bibi Ferreira estrela no Rio, com o teatro sempre lotado, a peça “Às favas os escrúpulos”, de Juca Oliveira. Todos os nossos senadores e deputados deveriam ir assisti-la, não só para aplaudir Bibi, mas principalmente para ver a reação do público – predominantemente de classe média, feminino e meia idade.
A peça conta a história de um senador com fama de honesto e bom chefe de família, mas na verdade trambiqueiro, com milhões de dólares de dólares e derretido por uma secretária boazuda. Bibi, a mulher, descobre tudo e só não conto o resto porque não quero tirar o gostinho das surpresas para brasilienses e goianos quando ela se apresentar no Planalto Central.
Esta notinha é só para registrar o aplauso e o entusiasmo do público com todas as falas severas criadas por Juca, expressando o desprezo e a descrença crescentes do país em relação ao Congresso e – perigosamente – até em relação à democracia representativa.
PRESUNTOS E EUCALIPTOS EM NOSSA CRISE
Esse é um ângulo novo e brasileiro na crise financeira, que provavelmente também surgirá em outros países com políticas monetária e cambial iguais ou parecidas com a nossa. Indústrias exportadoras com diretores financeiros metidos a espertos mergulhavam nas operações de jogatina da Bolsa, para obter lucros extras com os dólares das exportações. Faziam mais ou menos assim: exportavam presuntos (Sadia) e resmas de papel (Aracruz) e, em vez de simplesmente meterem os dólares na caixa, iam à Bolsa e apostavam que o dólar não cairia.
O diabo é que o dólar caiu. E muito. Agora está pintando aquela velha história: enquanto estavam ganhando, os lucros eram deles - dos acionistas e controladores das empresas metidas nesse pagode. Mas, na hora dos prejuízos, o socialismo é a doutrina favorita, em alguns corredores do poder a idéia de que o Estado brasileiro deve socorrer suas empresas em perigo. Presidente Lula, cuidado para não cair no conto da Bolsa-Presunto ou da Bolsa-Eucalipto!
E AINDA NÃO HAVIA GELADEIRA NEM TIRA-GOSTO
Josef Reichholf, historiador alemão, defende uma nova versão para o homem primitivo ter deixado de ser nômade e se tornar agricultor: a descoberta da cerveja, amigos, é que fez o homem construir uma casa, ficar quietinho e começar a cantar “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
Parece doido, mas o catedrático da Universidade Técnica de Munique (logo onde!) tem argumentos sérios. O homem teria se estabelecido inicialmente no Oriente Médio, onde havia muita caça. Portanto, ele começou a plantar, um trabalho muito mais duro do que caçar, não para comer, mas sim porque descobriu a cevada e para o quê ela servia nas horas de lazer. E tome loura, mesmo quente, com qualquer churrasco, de camelo ou pássaro distraído. Dêem uma boa olhada nos bares, nas noites de sexta-feira. segundo Reichholf, vocês verão diretos descendentes daquele homem cabeludo que aderiu ao descanso bem irrigado.
NA HORA DA SOMA, CADA UM FAÇA A QUE QUISER
Está difícil determinar qual realmente foi o partido que mostrou mais força nas eleições municipais. Segundo resultados oficiais do TSE, foi o PMDB quem teve mais votos: 18.422.732 (18,6% do total de válidos), com 2.543 candidatos, dos quais 1143 já se elegeram prefeitos e outros 11 foram para o segundo turno. O PT, com 1609 candidatos, 545 eleitos mais 15 no segundo turno. foi o segundo em votos: 16.486.025 votos (16,6%). E o PSDB, também considerando o total de votos “oficiais”, foi o terceiro – 14.454.949 – obtidos por 1702 candidatos, dos quais 778 já eleitos e mais 10 ainda no páreo.
Mas a classificação se complica se levarmos em consideração a relação entre número de candidatos e eleitos: O PMDB já elegeu 47% dos candidatos, o PSDB 46% e o PT apenas 34%.
E se complica ainda mais se considerarmos que os votos foram somados aos partidos em que os candidatos estão inscritos e que nem sempre foram os principais nas coligações que os apoiaram. Por exemplo, Gilberto Kassab foi incluído no total do DEM e Gabeira no do PV. Mas, nos dois casos, receberam forte apoio dos tucanos. Mas, na conta do Tribunal, o PSDB ficou com os votos de Geraldo Alkmin, derrotado e afastado do segundo turno.
Confuso. E mais confuso ainda o caso de Belo Horizonte, em que os votos de Márcio Guerra estão no total do PSB, mas, na verdade, a grande maioria veio do apoio do governador Aécio Neves (PSDB) e do prefeito Fernando Pimentel (PT)? E como calcular exatamente o número de votos espalhados por candidatos de todos os partidos da frente governista unicamente pela altíssima aprovação popular do presidente Lula?
Cada um pode fazer sua conta e escolher o partido vencedor das eleições.
ENTRE OS VEREADORES, A COISA É MAIS SIMPLES
O PMDB é o campeão dos vereadores no Brasil, elegeu 23% de seus 36.482 candidatos, com 11.977.196 votos. O PSDB derrotou o PT por escassa diferença de votos – 10.714.393 x 10.539.880 – elegendo 21% (5.894) de seus 28.681 candidatos, enquanto o PT só conseguiu emplacar 14% (4186) do total de 29.882 candidatos.
Mas, na área municipal, outros partidos chegaram mais perto dos Três Grandes, tanto em número de eleitos como de votos: DEM (4815, 7.999.337), PP (5.122, 7.233.167), PDT (3.509, 6.717.625), PTB (3.929, 6.315.928). O resto teve menos de 6 milhões de votos e de 3 mil eleitos
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