Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
MADRI - Dá vertigem acompanhar os números envolvidos no noticiário sobre a crise financeira. Dupla vertigem, aliás: a primeira, porque são tão violentos que não é possível nem sequer imaginar aproximadamente o que significam. Alguém aí sabe "quem" é US$ 700 bilhões (ou, em reais, R$ 1,603 trilhão, ao câmbio do fechamento de ontem)?
A segunda vertigem vem da montanha-russa que é tentar acompanhar o cassino. Acordei ontem, liguei, como de hábito, o computador e, dos cantos da telinha, até dava para ver pedaços derretidos das Bolsas asiáticas. Se era assim lá, aqui na Europa tenderia a repetir-se o caos da segunda-feira.
Saio para assuntar e, lá pela hora do almoço, um interlocutor me informa que os BCs de meio mundo reduziram conjuntamente os juros, com o que as Bolsas (européias) se recuperavam algo. Já tinha feito perguntas a meia dúzia de interlocutores com foco no derretimento.Parecia trabalho meio perdido.
Depois do almoço, já não era trabalho perdido, porque as Bolsas podiam até não estar derretendo, mas caíam pesadamente. Não tenho mais idade para andar na montanha-russa.
Volto aos números. Carlos Eduardo Lins da Silva, o ombudsman, tem reclamado que a gente não consegue apresentar "quem" é US$ 700 bi ao leitor. No fundo, é uma abstração, não é?
Como tenho muito respeito pelo Carlos Eduardo, resolvi traduzir para o Brasil conta inspirada na edição eletrônica da "Der Spiegel", alemã: US$ 700 bi dariam para pagar um salário mínimo por dez anos para quase 30 milhões de brasileiros, se é que não errei nas contas, de tantos zeros.
Continua uma abstração, mas dá ao menos pálida idéia de como é a vida no que o Elio Gaspari chama de andar de cima e andar de baixo. Dá ou não dá vertigem?
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
MADRI - Dá vertigem acompanhar os números envolvidos no noticiário sobre a crise financeira. Dupla vertigem, aliás: a primeira, porque são tão violentos que não é possível nem sequer imaginar aproximadamente o que significam. Alguém aí sabe "quem" é US$ 700 bilhões (ou, em reais, R$ 1,603 trilhão, ao câmbio do fechamento de ontem)?
A segunda vertigem vem da montanha-russa que é tentar acompanhar o cassino. Acordei ontem, liguei, como de hábito, o computador e, dos cantos da telinha, até dava para ver pedaços derretidos das Bolsas asiáticas. Se era assim lá, aqui na Europa tenderia a repetir-se o caos da segunda-feira.
Saio para assuntar e, lá pela hora do almoço, um interlocutor me informa que os BCs de meio mundo reduziram conjuntamente os juros, com o que as Bolsas (européias) se recuperavam algo. Já tinha feito perguntas a meia dúzia de interlocutores com foco no derretimento.Parecia trabalho meio perdido.
Depois do almoço, já não era trabalho perdido, porque as Bolsas podiam até não estar derretendo, mas caíam pesadamente. Não tenho mais idade para andar na montanha-russa.
Volto aos números. Carlos Eduardo Lins da Silva, o ombudsman, tem reclamado que a gente não consegue apresentar "quem" é US$ 700 bi ao leitor. No fundo, é uma abstração, não é?
Como tenho muito respeito pelo Carlos Eduardo, resolvi traduzir para o Brasil conta inspirada na edição eletrônica da "Der Spiegel", alemã: US$ 700 bi dariam para pagar um salário mínimo por dez anos para quase 30 milhões de brasileiros, se é que não errei nas contas, de tantos zeros.
Continua uma abstração, mas dá ao menos pálida idéia de como é a vida no que o Elio Gaspari chama de andar de cima e andar de baixo. Dá ou não dá vertigem?
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