Chico de Góis
DEU EM O GLOBO
DEU EM O GLOBO
Ao discursar em Alta Floresta, Mato Grosso, no lançamento de um programa de regularização de propriedades rurais na Amazônia, o presidente Lula afirmou que não se pode chamar de bandidos os produtores rurais que no passado desmataram a região. Ele lembrou as dificuldades enfrentadas pelos primeiros desbravadores da Amazônia, que enfrentaram doenças como a malária: “Ninguém pode ficar dizendo que alguém é bandido porque desmatou”, disse. Lula defendeu mudanças no modelo de desenvolvimento da região: “Agora, desmatar joga contra a gente, vai nos prejudicar no futuro”. O presidente também contestou as críticas de ONGs à MP 458, que autoriza a venda de terras públicas na Amazônia, e negou que ela vá incentivar a grilagem. Em São Paulo, o diretório nacional do PT aprovou resolução contra mudanças no Código Florestal, defendidas por parte do governo.
Lula anistia desmatadores do passado
PRESSÃO SOBRE A AMAZÔNIA
Ao lançar programa de regularização de terras na Amazônia, presidente também critica ONGs
LULA, entre Minc e Blairo Maggi, um dos maiores plantadores de soja do país: o ministro do Meio Ambiente, que já acusou o governador de desmatar, ontem era só elogios
Ao lançar o programa Terra Legal e Mutirão Arco Verde, que prevê a regularização de 296 mil imóveis rurais na região da Amazônia Legal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem quem desmatou a Floresta Amazônica no passado, referindo-se aos desbravadores que colonizaram a região.
- Ninguém pode ficar dizendo que alguém é bandido porque desmatou - defendeu, observando, porém, que agora a prática deve ser diferente:
- Tivemos um processo de evolução, e agora precisamos remar ao contrário. Temos que dizer para as pessoas que, se houve um momento em que a gente podia desmatar, agora desmatar joga contra a gente, vai nos prejudicar no futuro.
No discurso, Lula se refere às dificuldades que os desbravadores da região enfrentaram:
- Não podemos nunca nos esquecer de que nos anos 70 foi feita uma reforma agrária neste país e que muita gente foi induzida a vender as pequenas propriedades que tinha, ou mesmo as que não tinha, no Sul do país, e se embrenhou por este Brasil afora para construir cidades como Alta Floresta. Hoje, é fácil a gente vir aqui e fazer críticas, mas a gente não sabe quantos pegaram malária aqui.
Lula, que já chamou os usineiros de heróis, esta semana saiu em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizendo que ele "não pode ser tratado como uma pessoa comum", e até do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, defendendo sua controversa reeleição.
Na terra de Blairo, Minc é vaiado
As declarações foram feitas no palanque em que estavam o governador Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do país, que teve discussões com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e com o atual, Carlos Minc. Marina e Minc já acusaram Blairo de não impedir a derrubada de árvores em Mato Grosso. Mas, ontem, Minc - que foi vaiado pelas 3 mil pessoas presentes - elogiou Blairo.
- No passado tivemos desencontros, e agora temos um grande encontro, o Mato Grosso Legal - disse Minc, referindo-se a um programa estadual de regularização de terras.
Lula também rebateu as críticas de ONGs que afirmam que a medida provisória 458, que autoriza a venda de terras públicas da Amazônia sem licitação, vai facilitar a grilagem. O Congresso já aprovou a MP, com alterações, mas Lula ainda não o sancionou. A medida provisória permite a compra de terras por empresas privadas. Para Lula, ONGs mentem ao chamá-la de "MP da Grilagem":
- Tenho um profundo respeito pelas ONGs, mas não sou obrigado a concordar com o que elas dizem.
Para Lula, o projeto não incentiva a grilagem de terras "em hipótese alguma". Ele lembrou que a MP foi resultado de acordo no Congresso e disse que tem até dia 25 para decidir se sancionará a lei com ou sem vetos:
- Independentemente de mudar qualquer coisa, posso dizer que as ONGs não estão dizendo a verdade quando dizem que a medida provisória incentiva a grilagem de terra.
O programa lançado ontem pretende regularizar, em três anos, 296 mil imóveis de até 15 módulos fiscais (cada um equivale a cerca de 76 hectares) ocupados por posseiros. Foram escolhidos os municípios que mais desmatam. A regularização, que hoje demora cinco anos, levará 120 dias.
LULA, entre Minc e Blairo Maggi, um dos maiores plantadores de soja do país: o ministro do Meio Ambiente, que já acusou o governador de desmatar, ontem era só elogios
Ao lançar o programa Terra Legal e Mutirão Arco Verde, que prevê a regularização de 296 mil imóveis rurais na região da Amazônia Legal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem quem desmatou a Floresta Amazônica no passado, referindo-se aos desbravadores que colonizaram a região.
- Ninguém pode ficar dizendo que alguém é bandido porque desmatou - defendeu, observando, porém, que agora a prática deve ser diferente:
- Tivemos um processo de evolução, e agora precisamos remar ao contrário. Temos que dizer para as pessoas que, se houve um momento em que a gente podia desmatar, agora desmatar joga contra a gente, vai nos prejudicar no futuro.
No discurso, Lula se refere às dificuldades que os desbravadores da região enfrentaram:
- Não podemos nunca nos esquecer de que nos anos 70 foi feita uma reforma agrária neste país e que muita gente foi induzida a vender as pequenas propriedades que tinha, ou mesmo as que não tinha, no Sul do país, e se embrenhou por este Brasil afora para construir cidades como Alta Floresta. Hoje, é fácil a gente vir aqui e fazer críticas, mas a gente não sabe quantos pegaram malária aqui.
Lula, que já chamou os usineiros de heróis, esta semana saiu em defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizendo que ele "não pode ser tratado como uma pessoa comum", e até do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, defendendo sua controversa reeleição.
Na terra de Blairo, Minc é vaiado
As declarações foram feitas no palanque em que estavam o governador Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do país, que teve discussões com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e com o atual, Carlos Minc. Marina e Minc já acusaram Blairo de não impedir a derrubada de árvores em Mato Grosso. Mas, ontem, Minc - que foi vaiado pelas 3 mil pessoas presentes - elogiou Blairo.
- No passado tivemos desencontros, e agora temos um grande encontro, o Mato Grosso Legal - disse Minc, referindo-se a um programa estadual de regularização de terras.
Lula também rebateu as críticas de ONGs que afirmam que a medida provisória 458, que autoriza a venda de terras públicas da Amazônia sem licitação, vai facilitar a grilagem. O Congresso já aprovou a MP, com alterações, mas Lula ainda não o sancionou. A medida provisória permite a compra de terras por empresas privadas. Para Lula, ONGs mentem ao chamá-la de "MP da Grilagem":
- Tenho um profundo respeito pelas ONGs, mas não sou obrigado a concordar com o que elas dizem.
Para Lula, o projeto não incentiva a grilagem de terras "em hipótese alguma". Ele lembrou que a MP foi resultado de acordo no Congresso e disse que tem até dia 25 para decidir se sancionará a lei com ou sem vetos:
- Independentemente de mudar qualquer coisa, posso dizer que as ONGs não estão dizendo a verdade quando dizem que a medida provisória incentiva a grilagem de terra.
O programa lançado ontem pretende regularizar, em três anos, 296 mil imóveis de até 15 módulos fiscais (cada um equivale a cerca de 76 hectares) ocupados por posseiros. Foram escolhidos os municípios que mais desmatam. A regularização, que hoje demora cinco anos, levará 120 dias.
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