Ricardo Galhardo
DEU EM O GLOBO
Ministro da Cultura diz que seu partido não está preparado para ter Marina como candidata
SÃO PAULO. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, principal nome do PV no governo federal, disse ontem que o partido não está preparado para uma candidatura presidencial da senadora Marina Silva (ex-PT-AC) e que, por isso, defende a aliança com o PT em 2010. Para Juca, a cúpula do PV, movida pelo fisiologismo, segundo ele, tenta jogar Marina no colo do PSDB.
Perguntado se o PV está fazendo o jogo da oposição, o ministro respondeu: — Alguns setores, sim. Preferem aliança com os tucanos, como prefiro aliança com o projeto que o presidente Lula representa.
Mas este não é o principal problema. O fisiologismo está presente no PV. Há pessoas no PV que querem botar a candidatura dela no colo do PSDB. É evidente — disse ele, sem citar o governador José Serra, pré-candidato tucano para 2010.
Há quem avalie que a entrada de Marina embaralha o jogo sucessório de 2010, já que ela poderia tirar votos da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT e do presidente Lula. Juca defende aliança entre PV e PT em 2010 e diz que a questão ambiental não é suficiente para sustentar uma candidatura presidencial: — Perdemos (os verdes) bastante nossos vínculos com os princípios do partido. Para que a gente esteja à altura de uma candidatura de Marina é preciso uma refundação programática.
O ministro admitiu que os problemas do PV não estão restritos à questão programática.
Comparando o presidente do PV, José Luiz Penna, ao ditador norte-coreano Kim Jong-Il, ele cobrou mais democracia no PV: — O presidente do PV, junto com o presidente da Coréia, são as pessoas que detêm mandatos de maior longevidade no mundo.
É preciso restabelecer a democracia.
A maior parte do PV prefere a aliança com o que o presidente Lula representa. Mas o aparato de poder do partido está nas mãos dos que preferem aliança com outros segmentos e têm tendência fisiológica.
Juca disse que conversou anteontem à noite com seu antecessor, Gilberto Gil, que negou a possibilidade de ser candidato a vice de Marina: — Gil tem a mesma posição que eu: se preocupa com a possibilidade que a candidatura de Marina acabe, independentemente da vontade dela, significando ruptura entre a luta pela inclusão e a luta pela sustentabilidade.
Para o ministro, a questão ambiental deve estar associada a outras lutas, como inclusão social e redução da pobreza: — Os ambientalistas às vezes se acham portadores de uma verdade tão transcendental que subestimam outros processos.
O ministro negou que pretenda deixar o partido e não foi definitivo sobre o apoio à possível candidatura de Marina.
— Depende. Se significar fissura entre a luta pela inclusão social, pela redução da desigualdade e a sustentabilidade do outro lado, sou contra.
DEU EM O GLOBO
Ministro da Cultura diz que seu partido não está preparado para ter Marina como candidata
SÃO PAULO. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, principal nome do PV no governo federal, disse ontem que o partido não está preparado para uma candidatura presidencial da senadora Marina Silva (ex-PT-AC) e que, por isso, defende a aliança com o PT em 2010. Para Juca, a cúpula do PV, movida pelo fisiologismo, segundo ele, tenta jogar Marina no colo do PSDB.
Perguntado se o PV está fazendo o jogo da oposição, o ministro respondeu: — Alguns setores, sim. Preferem aliança com os tucanos, como prefiro aliança com o projeto que o presidente Lula representa.
Mas este não é o principal problema. O fisiologismo está presente no PV. Há pessoas no PV que querem botar a candidatura dela no colo do PSDB. É evidente — disse ele, sem citar o governador José Serra, pré-candidato tucano para 2010.
Há quem avalie que a entrada de Marina embaralha o jogo sucessório de 2010, já que ela poderia tirar votos da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT e do presidente Lula. Juca defende aliança entre PV e PT em 2010 e diz que a questão ambiental não é suficiente para sustentar uma candidatura presidencial: — Perdemos (os verdes) bastante nossos vínculos com os princípios do partido. Para que a gente esteja à altura de uma candidatura de Marina é preciso uma refundação programática.
O ministro admitiu que os problemas do PV não estão restritos à questão programática.
Comparando o presidente do PV, José Luiz Penna, ao ditador norte-coreano Kim Jong-Il, ele cobrou mais democracia no PV: — O presidente do PV, junto com o presidente da Coréia, são as pessoas que detêm mandatos de maior longevidade no mundo.
É preciso restabelecer a democracia.
A maior parte do PV prefere a aliança com o que o presidente Lula representa. Mas o aparato de poder do partido está nas mãos dos que preferem aliança com outros segmentos e têm tendência fisiológica.
Juca disse que conversou anteontem à noite com seu antecessor, Gilberto Gil, que negou a possibilidade de ser candidato a vice de Marina: — Gil tem a mesma posição que eu: se preocupa com a possibilidade que a candidatura de Marina acabe, independentemente da vontade dela, significando ruptura entre a luta pela inclusão e a luta pela sustentabilidade.
Para o ministro, a questão ambiental deve estar associada a outras lutas, como inclusão social e redução da pobreza: — Os ambientalistas às vezes se acham portadores de uma verdade tão transcendental que subestimam outros processos.
O ministro negou que pretenda deixar o partido e não foi definitivo sobre o apoio à possível candidatura de Marina.
— Depende. Se significar fissura entre a luta pela inclusão social, pela redução da desigualdade e a sustentabilidade do outro lado, sou contra.
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