Catia Seabra
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
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Mineiro quer oficializar intenção de disputar Presidência e antecipar definição do partido
Governador tem dito que, se decisão ficar para depois de fevereiro, vai se lançar ao Senado em MG; cúpula do DEM também cobra pressa
O governador de Minas, Aécio Neves, desembarcou ontem em São Paulo decidido a dar um ultimato ao PSDB. Fortalecido por recentes manifestações de simpatia do DEM, Aécio viajou até São Paulo para oficializar sua disposição de concorrer à Presidência e rechaçar a vice numa chapa com o governador de São Paulo, José Serra.
Antes de embarcar para um jantar com Serra, Aécio antecipou a aliados preocupações quanto à indefinição do partido. A decisão, alega, não pode ficar para março sob pena de se reproduzir o cenário de 2006.
Os tucanos apontam o tardio lançamento como um dos motivos da derrota de Geraldo Alckmin para Lula em 2006.
A interlocutores, Aécio tem dito que, se o PSDB empurrar a decisão para depois de fevereiro, vai se lançar candidato ao Senado em Minas.
O anfitrião do jantar foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), chegou por volta das 20h30. Aécio, às 21h.
Embora não discorde de Serra publicamente, Aécio se queixa de imobilidade. Recentemente, ele teve que cancelar uma viagem por quatro Estados do Norte do país. Ele argumenta ainda que, escolhido, o candidato poderia monopolizar o tempo de programa partidário, em vez de dividi-lo.
DEM
Reunida em São Paulo, a cúpula do DEM também cobrou pressa do PSDB. Ainda sob impacto das declarações de preferência do presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), por Aécio, os democratas afirmaram que a decisão cabe ao PSDB.
Mas avisaram que a demora impõe risco nos Estados: "Se ficar para março, vamos pagar um preço. Devemos tomar precauções para que não se perca o controle da aliança", alertou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), para quem "a explicitação de preferências não soma".
Já o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), afirma que, sem um candidato que avalize as alianças nos Estados, vai propor que, na convenção, o partido seja liberado e não oficialize aliança com o PSDB.
"Eles não têm o direito de exigir aliança de nós. Por que vamos constranger os democratas? Libera geral", disse.
Candidato ao governo da Bahia, Paulo Souto disse que o "DEM deveria deixar a iniciativa de seleção de candidatos ao PSDB". Mas alerta: "Não pode demorar muito".
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