terça-feira, 20 de outubro de 2009

Em 2009, 46% dos dias longe de Brasília

Luiza Damé e Chico de Góis
DEU EM O GLOBO

Até agora, Lula já passou 136 dias viajando pelo país e exterior; Dilma costuma acompanhá-lo

BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou mais uma semana com agenda fora do gabinete em Brasília. E foi seguido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República em 2010, que, desde a alta médica, no fim de setembro, tem incrementado os compromissos Brasil afora. Em 292 dias deste ano, incluindo sábados e domingos, Lula ficou 136 longe de Brasília, o que corresponde a 46% de seu tempo. Foram 67 dias no exterior e outros 69 em viagens pelo país.

Desde o dia 25 de setembro, quando os médicos do Hospital Sírio-Libanês a liberaram do tratamento contra o câncer linfático, até ontem, Dilma ficou dez dias fora de Brasília. A ministra adotou um ritmo semelhante ao do presidente.

Na maioria das vezes se junta à comitiva presidencial, como na semana passada na visita às obras de transposição e revitalização do Rio São Francisco; em outros, ela parte para agenda própria, como ontem em Araraquara e São Carlos, no interior de São Paulo, quando se reuniu com prefeitos da região.

Hoje, Lula e Dilma retornarão às atividades em Brasília e deverão participar da posse do ministro José Múcio Monteiro no Tribunal de Contas da União (TCU). Mas, na tarde de amanhã, os dois já estarão em Ouro Preto, onde será lançado o chamado “PAC das cidades históricas”.

A dupla ainda terá compromisso em Belo Horizonte à noite e, na quinta-feira, em Governador Valadares, Uberlândia e Uberaba. Em todos, inauguração e visita a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), comandado por Dilma.

Na semana passada, Lula e Dilma só ficaram em Brasília na terça-feira. Nos três dias seguintes, eles percorreram as obras de revitalização e transposição do Rio São Francisco, numa caravana acompanhada por outros ministros, governadores e políticos aliados. A caravana do São Francisco está sendo atacada pela oposição, que deverá recorrer à Justiça Eleitoral, argumentando campanha eleitoral antecipada e paga com dinheiro público, para que os recursos sejam devolvidos ao erário.

Dilma tem demonstrado desenvoltura com sua pré-campanha. Em Belém, por exemplo, onde chegou na noite do dia 10 (sábado), para participar no dia seguinte da festa do Círio de Nazaré, ela teve um jantar com líderes de partidos aliados, incluindo Jader Barbalho (PMDB-PA). Já em Cabrobó, no sertão pernambucano, a mãe do PAC aproveitou o palanque de Lula para enfatizar os supostos benefícios da obra, como emprego fixo, para a população local. Por onde passou, a tiracolo de Lula, Dilma foi reconhecida, deu autógrafos e posou para fotografias.

Ontem, no programa semanal de rádio “Café com o presidente”, sem falar nas cobranças da oposição, Lula defendeu a obra.

— Eu acho que, depois do povo, depois dos trabalhadores, o canal em si é uma obra exuberante.

Nós tivemos a oportunidade de ver o canal sendo cavado, tivemos a oportunidade de ver as máquinas quebrando pedra, depois tivemos a oportunidade de ver o canal quase pronto. É uma coisa extraordinariamente impactante e eu acho que o Brasil merecia essa obra — afirmou.

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