DEU EM O GLOBO
Alíquotas menores para materiais de construção são prorrogadas até junho
Martha Beck e Aguinaldo Novo
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estendeu ao setor moveleiro a isenção do Imposto de Produtos Industrializados (IPI). As alíquotas de sete categorias de produtos, que atualmente variam entre 5% e 10%, serão zeradas até 31 de março de 2010. O governo anunciou ainda a prorrogação, até 30 de junho do ano que vem, da desoneração de uma lista de 38 itens de materiais de construção civil, que acabaria no fim do ano. O objetivo, segundo o ministro, é estimular o consumo no Natal. E, por isso, ele quer ver o benefício repassado aos preços finais.
Em menos de 24 horas, Mantega anunciou incentivos fiscais de R$2,203 bilhões para três setores como parte da política de recuperação da economia após a crise global - a despeito de a retomada já estar consolidada. Anteontem, ele havia prorrogado as alíquotas reduzidas do IPI para automóveis pouco poluentes, com impacto de R$1,3 bilhão. No caso dos móveis, os incentivos somarão R$217 milhões, e no da construção civil, R$686 milhões. Mantega, no entanto, justificou as desonerações afirmando que elas atraem investimentos.
- Para não perder o costume, vou fazer alguns anúncios de desoneração tributária. Serão os últimos desta semana - brincou ontem o ministro.
Desonerações já consumiram R$25 bilhões este ano
Na lista de desonerações que foram concedidas pelo governo este ano e que ainda podem ser prorrogadas estão agora 70 máquinas e equipamentos, cujo IPI reduzido termina em dezembro. E o governo já decidiu prorrogar o PIS/Cofins zerado de microcomputadores e componentes (instituído em 2005 por quatro anos). As desonerações deste ano, cuja previsão era de R$18 bilhões no início do ano, já consumiram R$25 bilhões.
Os fabricantes de móveis brasileiros sofreram com a crise mundial porque boa parte de sua produção é voltada para o mercado internacional, que ainda não se recuperou totalmente.
- Achamos que deveríamos dar um impulso para que o consumidor se anime com o décimo terceiro para ir às lojas, não só comprar TV, geladeira, mas para dar uma melhorada nos móveis da casa - disse Mantega, ao lado de representantes do setor e da área de construção civil.
O ministro também anunciou a prorrogação do IPI reduzido para materiais de construção até junho. Ele justificou a medida lembrando que obras e reformas são demoradas. Além disso, o programa Minha Casa, Minha Vida - voltado para a baixa renda - está em pleno funcionamento e será beneficiado pela medida.
Mantega ressaltou que espera ver a redução do IPI repassada para os preços.
- Espero que os setores aproveitem isso para fazer promoções - disse ele.
A presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Maristela Longhi, disse que o setor poderá promover uma redução em torno de 20% nos preços. Ela previu que as vendas de móveis podem subir entre 18% e 22% com a medida.
O vice-presidente-executivo do Grupo Pão de Açúcar, Ramatis Rodrigues, estimou em até 30% o aumento das vendas de móveis no fim de ano, com a redução do IPI. A empresa anunciou que as lojas de Ponto Frio, Extra e Extra Eletro abrem hoje as portas com descontos de até 25%.
O presidente da Associação da Indústria de Material de Construção (Abramat), Melvyn Fox, aplaudiu a medida, mas ressaltou que o governo deveria ter prorrogado o IPI até o fim de 2010.
- O prazo tem que melhorar.
Mantega afirmou ainda que não desistiu de desonerar a folha de pagamento das empresas, mas falta espaço fiscal:
- A desoneração custa muito caro. Cada ponto percentual custa R$4 bilhões. Se eu desonerar cinco pontos, vai ser uma renúncia de R$20 bilhões. No ano que vem, se houver recomposição da arrecadação, ainda tenho esse projeto. Neste momento, não temos condições.
Colaborou Aguinaldo Novo
Alíquotas menores para materiais de construção são prorrogadas até junho
Martha Beck e Aguinaldo Novo
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estendeu ao setor moveleiro a isenção do Imposto de Produtos Industrializados (IPI). As alíquotas de sete categorias de produtos, que atualmente variam entre 5% e 10%, serão zeradas até 31 de março de 2010. O governo anunciou ainda a prorrogação, até 30 de junho do ano que vem, da desoneração de uma lista de 38 itens de materiais de construção civil, que acabaria no fim do ano. O objetivo, segundo o ministro, é estimular o consumo no Natal. E, por isso, ele quer ver o benefício repassado aos preços finais.
Em menos de 24 horas, Mantega anunciou incentivos fiscais de R$2,203 bilhões para três setores como parte da política de recuperação da economia após a crise global - a despeito de a retomada já estar consolidada. Anteontem, ele havia prorrogado as alíquotas reduzidas do IPI para automóveis pouco poluentes, com impacto de R$1,3 bilhão. No caso dos móveis, os incentivos somarão R$217 milhões, e no da construção civil, R$686 milhões. Mantega, no entanto, justificou as desonerações afirmando que elas atraem investimentos.
- Para não perder o costume, vou fazer alguns anúncios de desoneração tributária. Serão os últimos desta semana - brincou ontem o ministro.
Desonerações já consumiram R$25 bilhões este ano
Na lista de desonerações que foram concedidas pelo governo este ano e que ainda podem ser prorrogadas estão agora 70 máquinas e equipamentos, cujo IPI reduzido termina em dezembro. E o governo já decidiu prorrogar o PIS/Cofins zerado de microcomputadores e componentes (instituído em 2005 por quatro anos). As desonerações deste ano, cuja previsão era de R$18 bilhões no início do ano, já consumiram R$25 bilhões.
Os fabricantes de móveis brasileiros sofreram com a crise mundial porque boa parte de sua produção é voltada para o mercado internacional, que ainda não se recuperou totalmente.
- Achamos que deveríamos dar um impulso para que o consumidor se anime com o décimo terceiro para ir às lojas, não só comprar TV, geladeira, mas para dar uma melhorada nos móveis da casa - disse Mantega, ao lado de representantes do setor e da área de construção civil.
O ministro também anunciou a prorrogação do IPI reduzido para materiais de construção até junho. Ele justificou a medida lembrando que obras e reformas são demoradas. Além disso, o programa Minha Casa, Minha Vida - voltado para a baixa renda - está em pleno funcionamento e será beneficiado pela medida.
Mantega ressaltou que espera ver a redução do IPI repassada para os preços.
- Espero que os setores aproveitem isso para fazer promoções - disse ele.
A presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Maristela Longhi, disse que o setor poderá promover uma redução em torno de 20% nos preços. Ela previu que as vendas de móveis podem subir entre 18% e 22% com a medida.
O vice-presidente-executivo do Grupo Pão de Açúcar, Ramatis Rodrigues, estimou em até 30% o aumento das vendas de móveis no fim de ano, com a redução do IPI. A empresa anunciou que as lojas de Ponto Frio, Extra e Extra Eletro abrem hoje as portas com descontos de até 25%.
O presidente da Associação da Indústria de Material de Construção (Abramat), Melvyn Fox, aplaudiu a medida, mas ressaltou que o governo deveria ter prorrogado o IPI até o fim de 2010.
- O prazo tem que melhorar.
Mantega afirmou ainda que não desistiu de desonerar a folha de pagamento das empresas, mas falta espaço fiscal:
- A desoneração custa muito caro. Cada ponto percentual custa R$4 bilhões. Se eu desonerar cinco pontos, vai ser uma renúncia de R$20 bilhões. No ano que vem, se houver recomposição da arrecadação, ainda tenho esse projeto. Neste momento, não temos condições.
Colaborou Aguinaldo Novo
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