DEU EM O GLOBO
Ministra afirma que o sistema elétrico brasileiro é suscetível a blecautes e evita responder críticas da oposição
Vivian Oswald, Chico de Gois e Catarina Alencastro
BRASÍLIA. Ao comentar pela primeira vez o blecaute que deixou 18 estados total ou parcialmente às escuras por até quatro horas, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu ontem que o país não está livre de apagões e que o sistema elétrico brasileiro é “suscetível a este tipo de problema”.
A ministra se referiu a eventos climáticos adversos que teriam causado o corte de energia Brasil afora. Mas ela seguiu à risca a estratégia do governo de diferenciar o episódio desta semana do racionamento de energia decretado em 2001, que só acabou em 2002 — o que ela classificou de barbeiragem.
Dilma insistiu reiteradas vezes que só daria respostas técnicas ao que aconteceu e que não iria politizar o assunto, nem “comentar a (reação da) oposição”.
Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma será blindada, evitando comentários sobre o episódio e contando com a tropa de choque governista para barrar iniciativas para convocá-la ao Congresso para dar explicações.
— É absolutamente inequívoco que o Brasil de hoje é diferente do Brasil que sofreu oito meses de racionamento. Temos energia sobrando e um sistema de transmissão extremamente robusto — disse ela, na entrevista coletiva para apresentar a redução do desmatamento no país.
‘O que prometemos é que não haverá racionamento’ Ao responder a uma repórter sobre a vulnerabilidade do setor, Dilma foi irônica: — Minha querida, tem uma coisa que nós humanos temos um problema imenso: Nós não controlamos chuva, vento e raio. Sempre quisemos, mas não conseguimos ainda. Talvez algum dia, né? Dilma, que foi ministra de Minas e Energia de 2003 a 2005, quando cuidou do novo marco regulatório do setor elétrico, disse que não se pode querer apresentar fragilidades que não existem.
Há duas semanas, em entrevista ao programa “Bom Dia, ministro”, da Radiobrás, Dilma afirmou que não havia mais risco de apagão no Brasil. Ela se referia, porém, a problemas de abastecimento como o de 2001.
— Este país, hoje, tem mais energia do que teve em qualquer momento anterior. Isso é muito sério. Diria o seguinte: concordo que nós não estamos livres de blecautes. O que temos de aprender com este episódio? A gente tem sempre que melhorar. Por que é importante que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) apure? Se ela descobrir responsabilidade, é obrigação dela punir — disse Dilma. — Ninguém pode prometer que um sistema complexo como o nosso não tenha interrupção. O que prometemos é que não haverá mais neste país racionamento.
Racionamento é barbeiragem.
Em crítica à capacidade de planejamento do governo FH, a ministra destacou que um racionamento com duração de oito meses implica que “eu, com cinco anos de antecedência, não soube a quantidade de energia que tinha de entrar para abastecer o país”: — Vocês vêm me dizer hoje que nós estamos nessa situação? De jeito nenhum.
Sobre as causas do problema, Dilma afirmou que caberá à Aneel apurá-las. E garantiu que, para o governo, “este episódio está encerrado”.
— A avaliação da causa é essa. Agora, se houve outros elementos, há um responsável para fazer isso, que é a Aneel.
Ao encerrar a entrevista, Dilma se recusou a rebater os ataques da oposição: — Não vou entrar neste tipo de polêmica. Não se pode politizar uma coisa tão séria para o país
Ministra afirma que o sistema elétrico brasileiro é suscetível a blecautes e evita responder críticas da oposição
Vivian Oswald, Chico de Gois e Catarina Alencastro
BRASÍLIA. Ao comentar pela primeira vez o blecaute que deixou 18 estados total ou parcialmente às escuras por até quatro horas, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu ontem que o país não está livre de apagões e que o sistema elétrico brasileiro é “suscetível a este tipo de problema”.
A ministra se referiu a eventos climáticos adversos que teriam causado o corte de energia Brasil afora. Mas ela seguiu à risca a estratégia do governo de diferenciar o episódio desta semana do racionamento de energia decretado em 2001, que só acabou em 2002 — o que ela classificou de barbeiragem.
Dilma insistiu reiteradas vezes que só daria respostas técnicas ao que aconteceu e que não iria politizar o assunto, nem “comentar a (reação da) oposição”.
Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma será blindada, evitando comentários sobre o episódio e contando com a tropa de choque governista para barrar iniciativas para convocá-la ao Congresso para dar explicações.
— É absolutamente inequívoco que o Brasil de hoje é diferente do Brasil que sofreu oito meses de racionamento. Temos energia sobrando e um sistema de transmissão extremamente robusto — disse ela, na entrevista coletiva para apresentar a redução do desmatamento no país.
‘O que prometemos é que não haverá racionamento’ Ao responder a uma repórter sobre a vulnerabilidade do setor, Dilma foi irônica: — Minha querida, tem uma coisa que nós humanos temos um problema imenso: Nós não controlamos chuva, vento e raio. Sempre quisemos, mas não conseguimos ainda. Talvez algum dia, né? Dilma, que foi ministra de Minas e Energia de 2003 a 2005, quando cuidou do novo marco regulatório do setor elétrico, disse que não se pode querer apresentar fragilidades que não existem.
Há duas semanas, em entrevista ao programa “Bom Dia, ministro”, da Radiobrás, Dilma afirmou que não havia mais risco de apagão no Brasil. Ela se referia, porém, a problemas de abastecimento como o de 2001.
— Este país, hoje, tem mais energia do que teve em qualquer momento anterior. Isso é muito sério. Diria o seguinte: concordo que nós não estamos livres de blecautes. O que temos de aprender com este episódio? A gente tem sempre que melhorar. Por que é importante que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) apure? Se ela descobrir responsabilidade, é obrigação dela punir — disse Dilma. — Ninguém pode prometer que um sistema complexo como o nosso não tenha interrupção. O que prometemos é que não haverá mais neste país racionamento.
Racionamento é barbeiragem.
Em crítica à capacidade de planejamento do governo FH, a ministra destacou que um racionamento com duração de oito meses implica que “eu, com cinco anos de antecedência, não soube a quantidade de energia que tinha de entrar para abastecer o país”: — Vocês vêm me dizer hoje que nós estamos nessa situação? De jeito nenhum.
Sobre as causas do problema, Dilma afirmou que caberá à Aneel apurá-las. E garantiu que, para o governo, “este episódio está encerrado”.
— A avaliação da causa é essa. Agora, se houve outros elementos, há um responsável para fazer isso, que é a Aneel.
Ao encerrar a entrevista, Dilma se recusou a rebater os ataques da oposição: — Não vou entrar neste tipo de polêmica. Não se pode politizar uma coisa tão séria para o país
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