Jarbas de Holanda
Jornalista
1) Entre os efeitos dos vários dados das pesquisas CNT/Sensus divulgados anteontem (do reforço da popularidade de Lula e da avaliação positiva do seu governo até a elevada taxa de rejeição do ex-presidente FHC), cabe incluir significativamente os dois reunidos no título cima – o primeiro já destacado em avaliações e reações noticiadas ontem e o segundo, estimulado por item do levantamento específico sobre a corrida eleitoral e a que a imprensa dedicará espaço maior nos próximos dias. Essas pesquisas se anteciparam a várias outras do gênero a serem feitas ainda este ano.
2) Quanto às implicações deste levantamento para Ciro Gomes, aos objetivos da proposta feita pessoalmente pelo presidente Lula para ele troque a disputa presidencial pela do governo paulista somam-se agora os de afastá-lo de articulação com o governador Aécio Neves, que ensaiou na semana passada. Cujo potencial político o instituto Sensus chegou a explorar numa chapa Aécio-Ciro, hoje vista como inviável mas que derrotaria uma adversária formada por Dilma Rousseff e Michel Temer. Sintomaticamente, malgrado o impacto negativo gerado por tal articulação no governo (como também entre os tucanos serristas) e ignorando o dado do levantamento de que a candidatura de Ciro tira intenções de voto do principal presidenciável tucano José Serra, o ex-ministro José Dirceu, articulador maior da aliança pró-Dilma, tratou logo ontem de reiterar a disposição do PT de lançar Ciro para a disputa em São Paulo. Até porque o trabalho do Sensus deixa ainda sem resposta a questão, essencial, do grau de transferência da popularidade do presidente para sua candidata.
3) Quanto às implicações no processo de escolha do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, a redução em torno de 15%, de 31,8% para 21,7%, da vantagem do governador paulista sobre Dilma (de par com um pequeno crescimento da popularidade de Lula, de 76,8% para 78,9% e com a ampliação de 65,4% para 70% da avaliação favorável do governo) deverá reforçar a cobrança de Aécio e já também de muitos peessedebistas e dos partidos aliados para que tal escolha seja antecipada para no máximo até janeiro, em contraposição a postura, persistente, de Serra – que segue contando com o apoio da maioria do comando do partido a seu nome – em defesa de que a decisão só seja tomada em março. Postura que assume com firmeza, reafirmando a cada declaração que faz, a confiança de que manterá a liderança
nas pesquisas e a condição que tem preservado de candidato oposicionista mais competitivo, ao mesmo tempo em que procura alimentar a possibilidade de que Aécio possa vir a aceitar a candidatura a vice. E o retardamento da decisão lhe propicia, ou propiciará, a alternativa de disputar a reeleição.
4) Já a cobrança de antecipação por parte de Aécio, reforçada pela pesquisa do Sensus, apóia-se no cálculo de que sua candidatura, diversamente da de Serra , é capaz de atrair parte significativa da base governista (como as legendas do PP, do PTB, do PSB, além do apoio de muitos peemedebistas). E que assim, bem como em face de sua proposta do “pós-Lula”, poderá evitar a polarização plebiscitária buscada pelo Palácio do Planalto. Mas para que ele possa, ou pudesse cumprir esse papel, a indicação de seu nome pelo PSDB terá, ou teria de ser adotada o mais rápido possível, antes de que o governo consolide a ampla aliança pró-Dilma que está articulando. E a referida cobrança é combinada com incisiva exclusão de seu nome numa chapa como vice, o que faz junto com o anúncio de que, neste caso, disputará uma das vagas de Minas no Senado.
5) Nesse contexto de expectativas e cálculos tão distintos, é praticamente inevitável um acirramento entre os partidários do paulista José Serra e do mineiro Aécio Neves na disputa pela decisão da candidatura presidencial do PSDB. Que também começa a manifestar-se entre os principais aliados, os democratas. E que não está tendo efeitos imediatos graves porque estimula e/ou coincide com problemas sérios que ocorrem entre o PMDB e o PT,complicando a montagem da aliança pró-Dilma – em estados importantes como Minas, Rio, Bahia, Pará, entre outros.
Jornalista
1) Entre os efeitos dos vários dados das pesquisas CNT/Sensus divulgados anteontem (do reforço da popularidade de Lula e da avaliação positiva do seu governo até a elevada taxa de rejeição do ex-presidente FHC), cabe incluir significativamente os dois reunidos no título cima – o primeiro já destacado em avaliações e reações noticiadas ontem e o segundo, estimulado por item do levantamento específico sobre a corrida eleitoral e a que a imprensa dedicará espaço maior nos próximos dias. Essas pesquisas se anteciparam a várias outras do gênero a serem feitas ainda este ano.
2) Quanto às implicações deste levantamento para Ciro Gomes, aos objetivos da proposta feita pessoalmente pelo presidente Lula para ele troque a disputa presidencial pela do governo paulista somam-se agora os de afastá-lo de articulação com o governador Aécio Neves, que ensaiou na semana passada. Cujo potencial político o instituto Sensus chegou a explorar numa chapa Aécio-Ciro, hoje vista como inviável mas que derrotaria uma adversária formada por Dilma Rousseff e Michel Temer. Sintomaticamente, malgrado o impacto negativo gerado por tal articulação no governo (como também entre os tucanos serristas) e ignorando o dado do levantamento de que a candidatura de Ciro tira intenções de voto do principal presidenciável tucano José Serra, o ex-ministro José Dirceu, articulador maior da aliança pró-Dilma, tratou logo ontem de reiterar a disposição do PT de lançar Ciro para a disputa em São Paulo. Até porque o trabalho do Sensus deixa ainda sem resposta a questão, essencial, do grau de transferência da popularidade do presidente para sua candidata.
3) Quanto às implicações no processo de escolha do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, a redução em torno de 15%, de 31,8% para 21,7%, da vantagem do governador paulista sobre Dilma (de par com um pequeno crescimento da popularidade de Lula, de 76,8% para 78,9% e com a ampliação de 65,4% para 70% da avaliação favorável do governo) deverá reforçar a cobrança de Aécio e já também de muitos peessedebistas e dos partidos aliados para que tal escolha seja antecipada para no máximo até janeiro, em contraposição a postura, persistente, de Serra – que segue contando com o apoio da maioria do comando do partido a seu nome – em defesa de que a decisão só seja tomada em março. Postura que assume com firmeza, reafirmando a cada declaração que faz, a confiança de que manterá a liderança
nas pesquisas e a condição que tem preservado de candidato oposicionista mais competitivo, ao mesmo tempo em que procura alimentar a possibilidade de que Aécio possa vir a aceitar a candidatura a vice. E o retardamento da decisão lhe propicia, ou propiciará, a alternativa de disputar a reeleição.
4) Já a cobrança de antecipação por parte de Aécio, reforçada pela pesquisa do Sensus, apóia-se no cálculo de que sua candidatura, diversamente da de Serra , é capaz de atrair parte significativa da base governista (como as legendas do PP, do PTB, do PSB, além do apoio de muitos peemedebistas). E que assim, bem como em face de sua proposta do “pós-Lula”, poderá evitar a polarização plebiscitária buscada pelo Palácio do Planalto. Mas para que ele possa, ou pudesse cumprir esse papel, a indicação de seu nome pelo PSDB terá, ou teria de ser adotada o mais rápido possível, antes de que o governo consolide a ampla aliança pró-Dilma que está articulando. E a referida cobrança é combinada com incisiva exclusão de seu nome numa chapa como vice, o que faz junto com o anúncio de que, neste caso, disputará uma das vagas de Minas no Senado.
5) Nesse contexto de expectativas e cálculos tão distintos, é praticamente inevitável um acirramento entre os partidários do paulista José Serra e do mineiro Aécio Neves na disputa pela decisão da candidatura presidencial do PSDB. Que também começa a manifestar-se entre os principais aliados, os democratas. E que não está tendo efeitos imediatos graves porque estimula e/ou coincide com problemas sérios que ocorrem entre o PMDB e o PT,complicando a montagem da aliança pró-Dilma – em estados importantes como Minas, Rio, Bahia, Pará, entre outros.
Um comentário:
Disso só tiramos a conclusão que, se o PSDB não agir rápido, já vai entrar derrotado na campanha. Acredito que é hora para renovar, e sepultar, de vez, os resquícios da ditadura. Aécio representa a novidade, extra e pós ditadura. E precisamos superar, de vez, esse trauma nacional...
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