sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lula quer lista tríplice do PMDB para vice

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Temer e Edison Lobão estão no páreo para compor chapa de Dilma

Silvia Amorim, Enviada Especial, São Luís

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em visita ao Maranhão que o PMDB apresente uma lista tríplice para o posto de vice na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência em 2010. Lula afirmou que a escolha tem de ser de Dilma e não da legenda aliada. "Primeiro, eu defendo a ideia de que o vice seja dos partidos aliados. Segundo, o PMDB é o maior partido aliado da base do governo", disse. "O correto não é nem o PMDB impor um nome forte. O correto é o PMDB discutir dentro do partido e indicar três nomes para a ministra Dilma, para que ela possa escolher."

Lula participou de três eventos na capital maranhense. Só no último, ele dividiu o palanque com o presidente do Senado, José Sarney. Foi a primeira aparição dos dois juntos após o caso dos atos secretos no Senado.

Estão no páreo para vice de Dilma o presidente da Câmara, deputado Michel Temer, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão - este acompanhou toda a visita de Lula ontem. A ministra também participou de todos compromissos. Lula desconversou quando perguntado sobre qual dos dois preferia para o posto: "Tem que fazer essa pergunta para ela porque quem escolhe o vice é o candidato."

A declaração foi feita na entrevista a rádios locais no aeroporto de São Luís. Foram 36 minutos de conversa em que Lula falou dos investimentos para o Maranhão, de reforma política, da aliança com o PMDB e do projeto de lei que vai enviar ao Congresso para transformar em hediondos os crimes de corrupção, peculato e concussão, tornando-os inafiançáveis, se forem praticados por autoridades.

Ao sugerir a lista tríplice, Lula explicou que é preciso afinidade: "É que nem casamento.

Quem vai casar com o vice é a candidata. Você não pode empurrar para ela alguém que não tenha afinidade com ela." Ele considerou, porém, essa discussão prematura e afirmou que o assunto deve entrar em pauta a partir de março. "Agora acho prematuro ficar discutindo nomes."

Ao defender as alianças feitas por seu governo, Lula disse que aprendeu a ser pragmático. "Quem quiser fazer política com pé no chão, faça. Quem quiser ficar na estratosfera, fique. Eu sou muito pragmático em política, aprendi a ser pragmático, porque quando você chega na Presidência da República precisa construir a maioria."

CORRUPÇÃO

Lula pediu aprovação rápida do projeto para tornar mais rigorosa a punição para crimes de corrupção. Ele voltou a cobrar do Congresso uma reforma política e defendeu o financiamento público das campanhas eleitorais: "É muito mais barato e mais limpo do que pegar dinheiro de empresário para fazer campanha." Indagado sobre o caso do "mensalão do DEM" envolvendo o governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal, Lula disse que "todo mundo está enojado com tanta denúncia".

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