DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Presidente disse que o governador é um "caro amigo"; anteontem, na reunião ministerial, chamou o presidente do PSDB de "babaca"
Senador Sérgio Guerra evita entrar em confronto com o presidente e responde que Lula "é conhecido por não controlar o seu vocabulário"
Catia Seabra
Presidente disse que o governador é um "caro amigo"; anteontem, na reunião ministerial, chamou o presidente do PSDB de "babaca"
Senador Sérgio Guerra evita entrar em confronto com o presidente e responde que Lula "é conhecido por não controlar o seu vocabulário"
Catia Seabra
Da Reportagem Local
Maurício Simionato
Da Agência Folha, Em Campinas
Um dia depois de chamar o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), de "babaca" durante reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cortejou publicamente o governador de São Paulo, José Serra, a quem se referiu como "caro amigo".
Ao lado de Serra -com quem compartilhou, entre risos, um bilhete do senador Eduardo Suplicy (PT-SP)-, Lula rechaçou o risco de estagnação econômica, ontem, durante inauguração das novas instalações da fábrica Cristália, em Itapira.
"Neste momento em que o presidente da República sai de Brasília, o governador sai da capital com o seu secretariado [...] para inaugurar uma nova fase desta empresa, estamos apenas tentando reafirmar que não adianta alguém ficar pensando que este país vai andar para trás. Este país aprendeu a andar para a frente, aprendeu a se desenvolver", discursou Lula, enquanto autoridades do governo federal e petistas insistem na ameaça de retrocesso em caso de vitória da oposição.
Apesar dos afagos -que incluíram provocações futebolísticas e um convite para que viajassem juntos de Itapira a Campinas-, o presidente Lula reafirmou sua pressa na execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), plataforma de lançamento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na corrida presidencial.
Em sua única alusão à reunião ministerial, Lula contou ter perguntado a Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) se ele "vai gastar os R$ 41 bilhões" previstos no PAC: "É uma cobrança que eu vou fazer agora, até o final de 2010".
Em Campinas para uma visita ao Laboratório de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, Lula defendeu a importância do PAC, programa que, segundo ele, não tem dono. "O PAC não é do Sérgio Rezende, ele não controla esse programa", disse ele ao lado de Dilma.
Em seu discurso, Rezende e o ministro da Saúde, José Temporão, fizeram críticas a administrações passadas. Temporão disse que a "indústria farmoquímica foi destruída nos finais dos anos 80/90".
"A indústria em grande parte foi liquidada no fim dos anos 80 e começo dos anos 90, quando foi adotada uma abertura econômica no estilo de ataque de cavalaria antiga: rápida e malfeita", discursou Serra.
Serra afirmou que o Brasil começou a produzir medicamentos contra a Aids durante sua gestão à frente da Saúde.
Na cerimônia, Lula mostrou a Serra bilhete em que Suplicy relatava a história de um petista que teve de abrir mão da sociedade na Cristália por imposição do PT. Já no discurso, Lula disse que hoje o empresário não tem mais medo do PT.
Tucanos
Seguindo estratégia do PSDB de não entrar em confronto com Lula, mas com Dilma, Guerra disse que o presidente "é conhecido por não controlar o seu vocabulário":
"Quando ele faz comentários de baixo padrão, não vou respondê-los no mesmo nível".
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