DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Pesquisa dá 50,9% a Sebastián Piñera e 49,1% a Eduardo Frei a 4 dias do 2º turno
Marco Enríquez-Ominami, que ficou em terceiro no 1º turno, anuncia apoio ao ex-presidente Frei e pode abalar reta final do pleito
Thiago Guimarães
Pesquisa dá 50,9% a Sebastián Piñera e 49,1% a Eduardo Frei a 4 dias do 2º turno
Marco Enríquez-Ominami, que ficou em terceiro no 1º turno, anuncia apoio ao ex-presidente Frei e pode abalar reta final do pleito
Thiago Guimarães
Enviado Especial a Santiago
A quatro dias do segundo turno, a eleição presidencial no Chile se acirrou ontem, com uma pesquisa que apontou empate técnico entre o governista Eduardo Frei e o opositor Sebastián Piñera e o anúncio de apoio a Frei por Marco Enríquez-Ominami, terceiro colocado no primeiro turno.
Projeção do Centro de Estudos Mori indicou vitória de Piñera com 50,9% dos votos, contra 49,1% de Frei. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas de 1 a 9 de janeiro e usa perguntas adicionais para interpretar a opção daqueles que não respondem.
"Frei encurtou a distância a Piñera, que, contudo, tem uma vantagem com mais chances de se manter do que de se anular", diz o estudo, que tem margem de erro de três pontos.
Em que pese o favoritismo de Piñera, um moderado de direita que venceu o primeiro turno com 44% dos votos e lidera as pesquisas desde então, a candidatura do ex-presidente Frei (1994-1999) ganhou alento ontem com a declaração de voto de Ominami, o deputado dissidente do governo que competiu como independente e conseguiu 20% dos votos.Sem citar o nome de Frei -se referiu apenas ao "candidato de 29% dos chilenos", votação do ex-presidente no primeiro turno-, Ominami disse ter optado por "contribuir para que a direita não impeça a marcha do Chile rumo ao futuro".
Ominami, 36, foi a grande surpresa da eleição chilena. Impedido de participar das primárias presidenciais da Concertação -a coalizão de centro-esquerda que governa o país há 20 anos-, deixou a aliança e se lançou como independente. No segundo turno, seu 1,39 milhão de votos se tornou o principal alvo de Piñera e Frei.
O deputado construiu sua candidatura com fortes críticas às cúpulas partidárias -pediu a renúncia dos líderes da Concertação para apoiar Frei.
Na última semana de 2009, dois presidentes de sócios menores da aliança deixaram os cargos, mas os chefes dos partidos maiores -Socialista e Democracia Cristã, de Frei- se mantiveram. As saídas, contudo, repercutiram negativamente na campanha de Frei.
A disputa do segundo turno viu os candidatos incorporarem colaboradores e promessas de campanha de Ominami. Foi Frei, contudo, por meio do governo Michelle Bachelet, quem deu a cartada decisiva: enviou ao Congresso, em caráter de urgência, projetos-chave do programa de Ominami, como o do voto voluntário e o do registro eleitoral automático.
Aprovada por 80% da população, mas sem conseguir transferir sua popularidade a Frei, Bachelet reforçou o discurso eleitoral nos últimos dias. "Uma candidatura escutou ao povo no primeiro turno e somou apoios, como o de Ominami", disse.
"Os últimos fatos agudizam o acirramento da eleição, mas a ajuda de Ominami chegou tarde", disse à Folha o analista político Ascanio Cavallo.
Segundo a pesquisa Mori, o eleitorado de Ominami se divide da seguinte forma no segundo turno: 44% por Frei, 20% para Piñera, 21% votam nulo ou branco e 15% não sabem ou não responderam.
A quatro dias do segundo turno, a eleição presidencial no Chile se acirrou ontem, com uma pesquisa que apontou empate técnico entre o governista Eduardo Frei e o opositor Sebastián Piñera e o anúncio de apoio a Frei por Marco Enríquez-Ominami, terceiro colocado no primeiro turno.
Projeção do Centro de Estudos Mori indicou vitória de Piñera com 50,9% dos votos, contra 49,1% de Frei. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas de 1 a 9 de janeiro e usa perguntas adicionais para interpretar a opção daqueles que não respondem.
"Frei encurtou a distância a Piñera, que, contudo, tem uma vantagem com mais chances de se manter do que de se anular", diz o estudo, que tem margem de erro de três pontos.
Em que pese o favoritismo de Piñera, um moderado de direita que venceu o primeiro turno com 44% dos votos e lidera as pesquisas desde então, a candidatura do ex-presidente Frei (1994-1999) ganhou alento ontem com a declaração de voto de Ominami, o deputado dissidente do governo que competiu como independente e conseguiu 20% dos votos.Sem citar o nome de Frei -se referiu apenas ao "candidato de 29% dos chilenos", votação do ex-presidente no primeiro turno-, Ominami disse ter optado por "contribuir para que a direita não impeça a marcha do Chile rumo ao futuro".
Ominami, 36, foi a grande surpresa da eleição chilena. Impedido de participar das primárias presidenciais da Concertação -a coalizão de centro-esquerda que governa o país há 20 anos-, deixou a aliança e se lançou como independente. No segundo turno, seu 1,39 milhão de votos se tornou o principal alvo de Piñera e Frei.
O deputado construiu sua candidatura com fortes críticas às cúpulas partidárias -pediu a renúncia dos líderes da Concertação para apoiar Frei.
Na última semana de 2009, dois presidentes de sócios menores da aliança deixaram os cargos, mas os chefes dos partidos maiores -Socialista e Democracia Cristã, de Frei- se mantiveram. As saídas, contudo, repercutiram negativamente na campanha de Frei.
A disputa do segundo turno viu os candidatos incorporarem colaboradores e promessas de campanha de Ominami. Foi Frei, contudo, por meio do governo Michelle Bachelet, quem deu a cartada decisiva: enviou ao Congresso, em caráter de urgência, projetos-chave do programa de Ominami, como o do voto voluntário e o do registro eleitoral automático.
Aprovada por 80% da população, mas sem conseguir transferir sua popularidade a Frei, Bachelet reforçou o discurso eleitoral nos últimos dias. "Uma candidatura escutou ao povo no primeiro turno e somou apoios, como o de Ominami", disse.
"Os últimos fatos agudizam o acirramento da eleição, mas a ajuda de Ominami chegou tarde", disse à Folha o analista político Ascanio Cavallo.
Segundo a pesquisa Mori, o eleitorado de Ominami se divide da seguinte forma no segundo turno: 44% por Frei, 20% para Piñera, 21% votam nulo ou branco e 15% não sabem ou não responderam.
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