DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Tucanos acusam Bernardo de ter "memória fraca" e dizem que PT ainda tem de explicar caso do mensalão
Silvia Amorim
A declaração do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o PSDB deveria apresentar uma Carta ao Povo Brasileiro para explicar o que pretende fazer com a política econômica, caso vença a eleição presidencial, foi recebida como provocação na seara tucana. A reação veio no mesmo tom. Lideranças do partido no Congresso acusaram ontem o ministro de ter "memória fraca" e disseram que é o PT que tem de se explicar à sociedade pelo episódio do mensalão e por uma política fiscal "irresponsável".
"Eles devem explicações até hoje ao povo brasileiro sobre o mensalão", reagiu o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), referindo-se ao escândalo que virou uma eterna pedra no sapato dos petistas.
O líder dos tucanos no Senado, Arthur Virgílio (AM), devolveu a provocação do ministro com cobranças sobre o aumento de gastos do governo. "Eles é que devem fazer uma Carta ao Povo Brasileiro para explicar se vão manter essa política fiscal irresponsável. Os gastos correntes já cresceram nesses anos de governo Lula 75%, enquanto a economia não deve crescer mais que 25%."
Virgílio acusou Paulo Bernardo de ter "memória fraca". "Ele se esqueceu que, quando foi secretário da Fazenda do governador Zeca do PT e renegociou a dívida de Mato Grosso do Sul, era só elogios à política econômica do presidente Fernando Henrique."
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), preferiu responder com ironia a Bernardo. "O ministro tem de explicar porque ele escreve uma carta todo ano em que ninguém acredita", disse, referindo-se ao Orçamento da União. Segundo Guerra, o titular do Planejamento "está querendo mostrar serviço" à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do Planalto à eleição presidencial.
Virgílio também atacou a conduta de Bernardo. "É recomendável a uma autoridade econômica que seja sóbrio e se preserve."
Almeida justificou que o PSDB não precisa fazer carta nenhuma ao País ? "o povo brasileiro nos conhece, nós falamos a verdade" ?, pegando carona nas declarações feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado no domingo pelo Estado.
O ex-presidente disse que Lula, levado por "momentos de euforia", está inventando inimigos e enunciando inverdades. "Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa", escreveu.
O deputado e então coordenador do programa de governo da campanha de 2002 do PSDB, Luiz Paulo Vellozo Lucas, disse que o partido tem "a cara da estabilidade" e o que mostrar em matéria de condução de política macroeconômica. "O PSDB implantou a estabilidade econômica, a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse. "O PSDB não tem contas a acertar com o seu passado. O PT fez de tudo para atrapalhar a reestruturação competitiva da economia brasileira. Votou contra a Lei Fiscal e disse que o Plano Real era eleitoreiro. Eles que tiveram que desdizer tudo em 2002", emendou. "A política econômica atual é a continuidade da política do Fernando Henrique", endossou Almeida.
Com ou sem carta, o PSDB promete que não vai fugir da discussão sobre a economia, mas avisa que isso ocorrerá em "momento apropriado". "Não vamos entrar em campanha como eles querem", retrucou Almeida.
Tucanos acusam Bernardo de ter "memória fraca" e dizem que PT ainda tem de explicar caso do mensalão
Silvia Amorim
A declaração do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de que o PSDB deveria apresentar uma Carta ao Povo Brasileiro para explicar o que pretende fazer com a política econômica, caso vença a eleição presidencial, foi recebida como provocação na seara tucana. A reação veio no mesmo tom. Lideranças do partido no Congresso acusaram ontem o ministro de ter "memória fraca" e disseram que é o PT que tem de se explicar à sociedade pelo episódio do mensalão e por uma política fiscal "irresponsável".
"Eles devem explicações até hoje ao povo brasileiro sobre o mensalão", reagiu o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), referindo-se ao escândalo que virou uma eterna pedra no sapato dos petistas.
O líder dos tucanos no Senado, Arthur Virgílio (AM), devolveu a provocação do ministro com cobranças sobre o aumento de gastos do governo. "Eles é que devem fazer uma Carta ao Povo Brasileiro para explicar se vão manter essa política fiscal irresponsável. Os gastos correntes já cresceram nesses anos de governo Lula 75%, enquanto a economia não deve crescer mais que 25%."
Virgílio acusou Paulo Bernardo de ter "memória fraca". "Ele se esqueceu que, quando foi secretário da Fazenda do governador Zeca do PT e renegociou a dívida de Mato Grosso do Sul, era só elogios à política econômica do presidente Fernando Henrique."
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), preferiu responder com ironia a Bernardo. "O ministro tem de explicar porque ele escreve uma carta todo ano em que ninguém acredita", disse, referindo-se ao Orçamento da União. Segundo Guerra, o titular do Planejamento "está querendo mostrar serviço" à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do Planalto à eleição presidencial.
Virgílio também atacou a conduta de Bernardo. "É recomendável a uma autoridade econômica que seja sóbrio e se preserve."
Almeida justificou que o PSDB não precisa fazer carta nenhuma ao País ? "o povo brasileiro nos conhece, nós falamos a verdade" ?, pegando carona nas declarações feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado no domingo pelo Estado.
O ex-presidente disse que Lula, levado por "momentos de euforia", está inventando inimigos e enunciando inverdades. "Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa", escreveu.
O deputado e então coordenador do programa de governo da campanha de 2002 do PSDB, Luiz Paulo Vellozo Lucas, disse que o partido tem "a cara da estabilidade" e o que mostrar em matéria de condução de política macroeconômica. "O PSDB implantou a estabilidade econômica, a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse. "O PSDB não tem contas a acertar com o seu passado. O PT fez de tudo para atrapalhar a reestruturação competitiva da economia brasileira. Votou contra a Lei Fiscal e disse que o Plano Real era eleitoreiro. Eles que tiveram que desdizer tudo em 2002", emendou. "A política econômica atual é a continuidade da política do Fernando Henrique", endossou Almeida.
Com ou sem carta, o PSDB promete que não vai fugir da discussão sobre a economia, mas avisa que isso ocorrerá em "momento apropriado". "Não vamos entrar em campanha como eles querem", retrucou Almeida.
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