DEU EM O GLOBO
Orientados por Lula, dirigentes petistas evitam reagir aos ataques do aliado
Letícia Lins
RECIFE. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) elevou ainda mais ontem o tom contra o PT e o governo, acusando o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tratar os aliados não fisiológicos como “bucha de canhão” e “chiqueiro de ovelha”. E criticou a base de apoio do governo no Congresso, da qual faz parte, classificando-a como uma relação de “frouxidão moral, uma aliança de oportunistas”, que representa na verdade um “roçado de escândalos”. Os ataques foram feitos ao desembarcar em Recife.
No Palácio do Campo das Princesas, onde reuniu-se com o governador e presidente nacional do PSB Eduardo Campos, voltou a a disparar: — Respeitamos, queremos bem, temos afinidades com o PT. Dito isso, o PT tem alguns cacoetes. Tem vocação hegemonista e uma lógica de esmagar as outras forças a ele assemelhadas.
Somos parceiros, mas parceiro não é só quem diz amém, não. Acho que o PT muitas vezes comete erros graves. Por exemplo, o José Dirceu saindo por aí dizendo o que o PSB deve fazer aqui e acolá está errado.
Para o socialista, e ex-ministro foi ao Ceará e a Pernambuco tentando impor a vontade do PT ao PSB nas sucessões estaduais e presidencial.
— Ele é meu amigo, mas tem que ter um pouco mais de recato, de prudência, de respeito às pessoas, só isso.
Campos, que é presidente nacional do PSB, confirmou que a pré-candidatura de Ciro à Presidência está mantida, após almoçar com ele. Ciro gravou o programa nacional do partido que vai ser transmitido dia 18 na TV.
O governador não gostou, porém, de saber dos ataques de Ciro ao PT e ao governo Lula, já que vai disputar a reeleição e quer o apoio do presidente.
Ciro disse que não vai abrir mão de sua pré-candidatura, a não ser que o partido determine, e pela primeira vez admitiu publicamente que poderá disputar o governo de São Paulo. Afirmou, no entanto não ter motivos para desistir da eleição presidencial, afirmando ser mais experiente do que a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.
“Não tenho nada contra as alianças de Chico com Mané” O ex-ministro repetiu as críticas às alianças do governo: — Não tenho nada contra as alianças de Chico com Mané, muito menos contra a do PT com o PMDB. A minha questão é outra: que tipo de cimento, qual são as bases dessa aliança de desiguais? De alhos com bugalhos, de gato, sapato, ouro, diamante, galinha, cachorro, pena, tudo misturado como estamos hoje? E para quê? Para reformar o país? — indagou, e respondeu: — A questão é a frouxidão moral dessa aliança, que é uma aliança de oportunistas.
Os novos ataques de Ciro foram tratados com diplomacia pelos petistas. Seguem a orientação de Lula para não alimentar disputa pública com Ciro, pois não o querem como adversário.
Prestes a passar o comando a José Eduardo Dutra, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse que a legenda tem “relação equilibrada” com os partidos da base aliada e que essa condição será mantida.
Dutra disse que não bateria boca com Ciro: — Discordo radicalmente do que ele disse. Respeitamos o PSB. O que defendemos é uma tese (candidatura única), que não significa que estamos passando por cima do PSB — afirmou, dizendo que almoçará com Ciro terça-feira.
Mas se o PSB entender que Ciro deve ser candidato, disse Dutra, nada a fazer: — É legítimo, ponto! Paciência.
Ele será candidato e estaremos juntos no segundo turno
Orientados por Lula, dirigentes petistas evitam reagir aos ataques do aliado
Letícia Lins
RECIFE. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) elevou ainda mais ontem o tom contra o PT e o governo, acusando o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de tratar os aliados não fisiológicos como “bucha de canhão” e “chiqueiro de ovelha”. E criticou a base de apoio do governo no Congresso, da qual faz parte, classificando-a como uma relação de “frouxidão moral, uma aliança de oportunistas”, que representa na verdade um “roçado de escândalos”. Os ataques foram feitos ao desembarcar em Recife.
No Palácio do Campo das Princesas, onde reuniu-se com o governador e presidente nacional do PSB Eduardo Campos, voltou a a disparar: — Respeitamos, queremos bem, temos afinidades com o PT. Dito isso, o PT tem alguns cacoetes. Tem vocação hegemonista e uma lógica de esmagar as outras forças a ele assemelhadas.
Somos parceiros, mas parceiro não é só quem diz amém, não. Acho que o PT muitas vezes comete erros graves. Por exemplo, o José Dirceu saindo por aí dizendo o que o PSB deve fazer aqui e acolá está errado.
Para o socialista, e ex-ministro foi ao Ceará e a Pernambuco tentando impor a vontade do PT ao PSB nas sucessões estaduais e presidencial.
— Ele é meu amigo, mas tem que ter um pouco mais de recato, de prudência, de respeito às pessoas, só isso.
Campos, que é presidente nacional do PSB, confirmou que a pré-candidatura de Ciro à Presidência está mantida, após almoçar com ele. Ciro gravou o programa nacional do partido que vai ser transmitido dia 18 na TV.
O governador não gostou, porém, de saber dos ataques de Ciro ao PT e ao governo Lula, já que vai disputar a reeleição e quer o apoio do presidente.
Ciro disse que não vai abrir mão de sua pré-candidatura, a não ser que o partido determine, e pela primeira vez admitiu publicamente que poderá disputar o governo de São Paulo. Afirmou, no entanto não ter motivos para desistir da eleição presidencial, afirmando ser mais experiente do que a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.
“Não tenho nada contra as alianças de Chico com Mané” O ex-ministro repetiu as críticas às alianças do governo: — Não tenho nada contra as alianças de Chico com Mané, muito menos contra a do PT com o PMDB. A minha questão é outra: que tipo de cimento, qual são as bases dessa aliança de desiguais? De alhos com bugalhos, de gato, sapato, ouro, diamante, galinha, cachorro, pena, tudo misturado como estamos hoje? E para quê? Para reformar o país? — indagou, e respondeu: — A questão é a frouxidão moral dessa aliança, que é uma aliança de oportunistas.
Os novos ataques de Ciro foram tratados com diplomacia pelos petistas. Seguem a orientação de Lula para não alimentar disputa pública com Ciro, pois não o querem como adversário.
Prestes a passar o comando a José Eduardo Dutra, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (SP), disse que a legenda tem “relação equilibrada” com os partidos da base aliada e que essa condição será mantida.
Dutra disse que não bateria boca com Ciro: — Discordo radicalmente do que ele disse. Respeitamos o PSB. O que defendemos é uma tese (candidatura única), que não significa que estamos passando por cima do PSB — afirmou, dizendo que almoçará com Ciro terça-feira.
Mas se o PSB entender que Ciro deve ser candidato, disse Dutra, nada a fazer: — É legítimo, ponto! Paciência.
Ele será candidato e estaremos juntos no segundo turno
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