DEU EM O GLOBO
Após reunião de Dilma com ex-governador, presidente autoriza petistas a negociarem com PR retirada de candidatura
Gerson Camarotti e Luiza Damé
BRASÍLIA e PORTO ALEGRE.. O presidente Lula e dirigentes do PT entraram em campo ontem para evitar que o encontro da presidenciável Dilma Rousseff com o pré-candidato do PR ao governo do Rio, Anthony Garotinho, crie problemas para a aliança com o governador Sérgio Cabral, do PMDB. Lula autorizou petistas a negociarem com o PR a retirada de Garotinho do páreo, mas, neste caso, o PMDB teria que ceder, por exemplo, na disputa pelo governo do Amazonas.
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que a aliança do partido no Rio é com o PMDB. Cabral pediu audiência a Lula ontem — adiada para hoje por causa de atraso na chegada do presidente, que cumpria agenda em Porto Alegre.
Se Garotinho insistir na candidatura ao Palácio Guanabara, será avisado de que no Rio o palanque preferencial da ministra será o de Sérgio Cabral.
O que significa que ela poderá ter eventos menores com Garotinho durante a campanha.
Em caso de prevalecer o palanque duplo para Dilma no Rio, os principais eventos de sua campanha, inclusive com o presidente Lula, serão feitos com Cabral. Garotinho seria contemplado com a presença de Dilma em eventos no interior, onde é forte politicamente.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, presente ao encontro entre Dilma e Garotinho, afirmou que a ministra não assumiu o compromisso de subir no palanque do ex-governador.
— Não houve promessa. Ela apenas ouviu — disse Padilha.
Dutra reconheceu que em alguns estados a candidata petista terá mais de um palanque.
Salientou que no Rio a aliança é com o PMDB, mas ponderou que não se pode recusar apoio.
— Apoio não se rejeita.
No Rio, o PT estará coligado como PMDB. Agora, se o Garotinho diz que apoia a Dilma, ela vai chutálo? Não. Mas a posição partidária do PT vai estar expressa na aliança com o Sérgio Cabral — disse Dutra.
Preocupada com a pressão em torno de Garotinho, a direção do PR quer um encontro com a ministra na próxima semana para tratar do palanque no Rio e nos demais estados. De forma reservada, integrantes da cúpula do PR admitem que a pressão do Planalto é grande para a retirada da candidatura Garotinho e temem que ele não resista, pois corre o risco de ficar isolado e sem estrutura.
Neste caso, já há quem defenda no próprio PR que ele dispute um mandato de deputado federal para, como puxador de votos, fazer uma grande bancada do partido no Rio.
Negociação depende de contrapartida do PMDB Esta negociação poderá caminhar bem se houver uma contrapartida do PMDB, a ser negociada por Dilma, Cabral, Lula e petistas: a prioridade do PR é a candidatura do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ao governo do Amazonas. Mas o governador Eduardo Braga (PMDB-AM) quer lançar a candidatura do vice Omar Aziz (PMN). Se o PMDB retirar a candidatura no Amazonas, fica mais fácil tirar Garotinho do páreo. Nascimento deve reassumir o comando do partido quando deixar o ministério, em abril.
— Vamos pedir uma conversa com a ministra Dilma Rousseff para tratar dos palanques nos estados. E essa questão de Garotinho vai para a mesa de negociação.
O governo acha que é difícil ter dois palanques regionais, mas tudo tem que ser tratado de forma clara e transparente — pondera o deputado Luciano Castro (RR), ex-líder do PR.
Dilma Rousseff, disse ontem, em Porto Alegre, que Cabral não tem motivo para ficar “enciumado” por causa de uma reunião sua com Garotinho.
— Nós estamos conversando com todo mundo — afirmou, respondendo negativamente se Cabral tinha motivo para ter “ciúmes” de Garotinho
Após reunião de Dilma com ex-governador, presidente autoriza petistas a negociarem com PR retirada de candidatura
Gerson Camarotti e Luiza Damé
BRASÍLIA e PORTO ALEGRE.. O presidente Lula e dirigentes do PT entraram em campo ontem para evitar que o encontro da presidenciável Dilma Rousseff com o pré-candidato do PR ao governo do Rio, Anthony Garotinho, crie problemas para a aliança com o governador Sérgio Cabral, do PMDB. Lula autorizou petistas a negociarem com o PR a retirada de Garotinho do páreo, mas, neste caso, o PMDB teria que ceder, por exemplo, na disputa pelo governo do Amazonas.
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que a aliança do partido no Rio é com o PMDB. Cabral pediu audiência a Lula ontem — adiada para hoje por causa de atraso na chegada do presidente, que cumpria agenda em Porto Alegre.
Se Garotinho insistir na candidatura ao Palácio Guanabara, será avisado de que no Rio o palanque preferencial da ministra será o de Sérgio Cabral.
O que significa que ela poderá ter eventos menores com Garotinho durante a campanha.
Em caso de prevalecer o palanque duplo para Dilma no Rio, os principais eventos de sua campanha, inclusive com o presidente Lula, serão feitos com Cabral. Garotinho seria contemplado com a presença de Dilma em eventos no interior, onde é forte politicamente.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, presente ao encontro entre Dilma e Garotinho, afirmou que a ministra não assumiu o compromisso de subir no palanque do ex-governador.
— Não houve promessa. Ela apenas ouviu — disse Padilha.
Dutra reconheceu que em alguns estados a candidata petista terá mais de um palanque.
Salientou que no Rio a aliança é com o PMDB, mas ponderou que não se pode recusar apoio.
— Apoio não se rejeita.
No Rio, o PT estará coligado como PMDB. Agora, se o Garotinho diz que apoia a Dilma, ela vai chutálo? Não. Mas a posição partidária do PT vai estar expressa na aliança com o Sérgio Cabral — disse Dutra.
Preocupada com a pressão em torno de Garotinho, a direção do PR quer um encontro com a ministra na próxima semana para tratar do palanque no Rio e nos demais estados. De forma reservada, integrantes da cúpula do PR admitem que a pressão do Planalto é grande para a retirada da candidatura Garotinho e temem que ele não resista, pois corre o risco de ficar isolado e sem estrutura.
Neste caso, já há quem defenda no próprio PR que ele dispute um mandato de deputado federal para, como puxador de votos, fazer uma grande bancada do partido no Rio.
Negociação depende de contrapartida do PMDB Esta negociação poderá caminhar bem se houver uma contrapartida do PMDB, a ser negociada por Dilma, Cabral, Lula e petistas: a prioridade do PR é a candidatura do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ao governo do Amazonas. Mas o governador Eduardo Braga (PMDB-AM) quer lançar a candidatura do vice Omar Aziz (PMN). Se o PMDB retirar a candidatura no Amazonas, fica mais fácil tirar Garotinho do páreo. Nascimento deve reassumir o comando do partido quando deixar o ministério, em abril.
— Vamos pedir uma conversa com a ministra Dilma Rousseff para tratar dos palanques nos estados. E essa questão de Garotinho vai para a mesa de negociação.
O governo acha que é difícil ter dois palanques regionais, mas tudo tem que ser tratado de forma clara e transparente — pondera o deputado Luciano Castro (RR), ex-líder do PR.
Dilma Rousseff, disse ontem, em Porto Alegre, que Cabral não tem motivo para ficar “enciumado” por causa de uma reunião sua com Garotinho.
— Nós estamos conversando com todo mundo — afirmou, respondendo negativamente se Cabral tinha motivo para ter “ciúmes” de Garotinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário