sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cresce pressão para que Aécio seja vice de Serra

DEU NO ZERO HORA (RS)

Governador mineiro nega qualquer possibilidade de se aliar ao paulista, mas decisão não é irreversível

O governador mineiro Aécio Neves (PSDB) nega mas, à medida que o tempo passa, a cúpula tucana trabalha com mais intensidade para vê-lo candidato à vice-presidente na chapa do colega paulista, José Serra (PSDB).

O crescimento da candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff, nas pesquisas, acendeu a luz amarela no PSDB. Nos bastidores, o partido trabalha com dois cenários para Aécio. No primeiro, Serra toma de vez a dianteira nas intenções de voto para o Planalto. Nesse caso, o mineiro pode centrar forças para turbinar a eleição de seu vice, Antonio Anastasia, para governador de Minas e, mais tarde, ingressar na barca do paulista. No segundo cenário, em que Dilma continua em ascensão, porém, mesmo que a pressão para que ingresse na chapa de Serra cresça ainda mais, Aécio deve seguir candidato ao Senado.

Aécio diz que não está nos seus planos compor a vice. A cautela, no entanto, baseia-se no temor de que o favoritismo de Serra seja recall das eleições passadas e que a tendência do governador seja perder espaço para os demais candidatos. Para os aliados de Aécio, ele não pretende entrar num projeto que, além de não ser seu, tem chances de derrota.

Tucanos próximos ao governador mineiro acreditam que uma possível adesão dele projeto de Serra também dependerá de um gesto do governador de São Paulo.

– A habilidade política do Serra pesará muito. Ele vai precisar fazer um afago no Aécio – diz um parlamentar.

Revista diz que tucano tem de assumir campanha

Fora do país, analistas políticos avaliam como equivocada a postura de Serra, ainda reticente em entrar de corpo e alma na campanha presidencial. Para a revista britânica The Economist, “Serra precisa sair em campanha e começar a louvar seus próprios méritos se quiser evitar ser lembrado como o melhor presidente que o Brasil jamais teve.”

A reportagem – em tom opinativo e não assinada, conforme o padrão da revista – destaca que, após passar mais de um ano na liderança folgada das pesquisas, Serra viu cair sua vantagem em relação a Dilma, enquanto Lula, “ainda imensamente popular após sete anos no cargo”, se dedica “energicamente a fazer campanha por sua candidata”, segundo a revista.

A publicação afirma que o tucano tem uma “trajetória impressionante como acadêmico, ministro e governador”, mas também o apresenta como “um personagem curioso”.

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