quarta-feira, 24 de março de 2010

Aécio cogita aliança com Itamar para Senado

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Tucano reafirma disposição para concorrer ao Congresso e diz que candidato a vice-presidente pode ser de outro partido

Em homenagem da ABL a Tancredo Neves, governador disse que, se seu avô não tivesse sido político, teria sido um "homem de letras"

DA SUCURSAL DO RIO

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), confirmou ontem que deixará o governo na tarde de 31 de março para concorrer ao Senado.

Ele esteve ontem na ABL (Academia Brasileira de Letras) para participar de homenagem ao centenário do avô, o ex-presidente Tancredo Neves (1910-1985). Antes da solenidade, destacou o vínculo entre Tancredo e a literatura, sobretudo a francesa e a brasileira.

"Não tivesse buscado o caminho da política, certamente seria um homem de letras", disse ele, acrescentando que o avô "amava os livros", "se influenciou muito pelos franceses" e aproximou-se de literatos mineiros, como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Pedro Nava (1903-1984).

Sobre política, Aécio afirmou que a composição da chapa majoritária mineira não está definida, mas que poderá fazer dobradinha com o ex-presidente Itamar Franco (PPS) na disputa pelas duas vagas de senador.

"Pretendo colocar meu nome como candidato ao Senado. (...) O ex-presidente Itamar é nome com forte potencial de candidato ao Senado", afirmou.

Aécio disse que no dia 10 participará do lançamento da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência pelo PSDB. Para ele, o candidato a vice, para o qual ainda é citado, pode ser de outro partido. "A lógica não deve se prender a ser do PSDB ou não, mas que ajude a nossa vitória."

Acompanhado da mãe, Inês Maria Neves Faria, e da filha Gabriela, 18, o tucano ouviu pronunciamentos do presidente da ABL, Marcos Vilaça, e do acadêmico Eduardo Portella.

Para Vilaça, Tancredo, "fez a caminhada do arremate das montanhas para o Planalto" e "consolidou o projeto brasileiro de democracia".

Portella destacou que Tancredo foi "aquele que fez do Brasil e da democracia a sua estrada e seu belo horizonte", "sempre contra todas as formas de autoritarismo".

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