DEU EM O GLOBO
Livro resgata o texto que seria lido na posse, sobre liberdade e justiça social
Ludmilla de Lima
Depois da maratona política em Minas, José Serra e Aécio Neves se encontram novamente, à noite, no Rio. Os dois estarão na abertura da mostra “Centenário de Tancredo Neves”, no Museu Histórico Nacional.
O evento marca, também, o lançamento de “Tancredo: O Verbo Republicano”, com organização do jornalista Mauro Santayana. O livro traz, entre outros, um discurso sobre liberdade e justiça social que poderia ter entrado para a história como um marco da redemocratização. Mas, quis o destino que ele nunca fosse proferido.
No dia 15 de março de 1985, na sua posse como presidente da República, Tancredo iria propor aos trabalhadores a renegociação de um pacto social em prol da reorganização da economia, assim como falaria sobre os perseguidos no regime militar.
O texto, de Mauro Santayana, nunca foi lido: Tancredo foi internado na véspera da posse, morrendo em 21 de abril.
Santayana resumia o discurso quando soube da internação. Tancredo, no mesmo dia, havia exposto o temor de não conseguir ler todo o texto, de 30 minutos: — Comentei: “Posso reduzir para até cinco minutos. O discurso de Lincoln depois da batalha de Gettysburg levou menos de três minutos”. E ele: “não sou Lincoln, reduza para dez minutos”.
Moderado, Tancredo manifestaria seu desejo pela conciliação: “Não chegamos ao poder com o propósito de submeter a Nação a um projeto, mas com o de lutar para que ela reassuma, pela soberania do povo, o pleno controle sobre o Estado. A isso chamamos democracia”, teria dito.
Livro resgata o texto que seria lido na posse, sobre liberdade e justiça social
Ludmilla de Lima
Depois da maratona política em Minas, José Serra e Aécio Neves se encontram novamente, à noite, no Rio. Os dois estarão na abertura da mostra “Centenário de Tancredo Neves”, no Museu Histórico Nacional.
O evento marca, também, o lançamento de “Tancredo: O Verbo Republicano”, com organização do jornalista Mauro Santayana. O livro traz, entre outros, um discurso sobre liberdade e justiça social que poderia ter entrado para a história como um marco da redemocratização. Mas, quis o destino que ele nunca fosse proferido.
No dia 15 de março de 1985, na sua posse como presidente da República, Tancredo iria propor aos trabalhadores a renegociação de um pacto social em prol da reorganização da economia, assim como falaria sobre os perseguidos no regime militar.
O texto, de Mauro Santayana, nunca foi lido: Tancredo foi internado na véspera da posse, morrendo em 21 de abril.
Santayana resumia o discurso quando soube da internação. Tancredo, no mesmo dia, havia exposto o temor de não conseguir ler todo o texto, de 30 minutos: — Comentei: “Posso reduzir para até cinco minutos. O discurso de Lincoln depois da batalha de Gettysburg levou menos de três minutos”. E ele: “não sou Lincoln, reduza para dez minutos”.
Moderado, Tancredo manifestaria seu desejo pela conciliação: “Não chegamos ao poder com o propósito de submeter a Nação a um projeto, mas com o de lutar para que ela reassuma, pela soberania do povo, o pleno controle sobre o Estado. A isso chamamos democracia”, teria dito.
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