DEU EM O GLOBO
O presidenciável José Serra (PSDB), único a comparecer ao debate promovido pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), criticou o financiamento público do MST. "Muitos assentamentos são mantidos por cestas básicas, o que é uma ironia", disse. Mais descontraído do que o habitual, ele "aconselhou" o seu vice, Índio da Costa, que estava na plateia, a ter cuidado com eventuais amantes: "Tem que ser uma coisa discreta."
Sem Dilma e Marina, debate de um só
Encontro para discutir setor rural acaba sendo realizado apenas com Serra, que atacou governo
Adriana Vasconcelos
Único presidenciável presente no debate promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o tucano José Serra subiu ontem o tom das críticas ao governo Lula, em especial ao que chamou de contraditória relação mantida com o Movimento dos Sem Terra (MST). Para Serra, não dá para financiar com recursos públicos esse tipo de movimento e ao mesmo tempo condenar sua política de invasões e desrespeito às leis. A presidenciável governista, Dilma Rousseff (PT), tem condenado as invasões do MST. Dilma e a candidata do PV, Marina Silva, foram convidadas, mas se recusaram a participar do debate.
Diante da recusa das adversárias, o tucano aproveitou para cobrar delas um confronto mais direto sobre as propostas que cada uma delas apresentará ao país. Ele evitou declarar que a candidata do PT esteja fugindo do debate, mas fez questão de citar que Dilma não compareceu ao debate do UOL, se recusou a participar de um rodada de entrevistas para a Globonews e ontem não compareceu ao evento promovido pela CNA.
A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também lamentou a ausência de Dilma e Marina: - O silêncio, de certa forma, confunde os eleitores e lhes tira a oportunidade de conhecer melhor seus candidatos.
No encontro, Serra disse que é uma "ironia" a política dos assentamentos no país.
- Muitos assentamentos são mantidos por cestas básicas, o que é uma ironia. Eles deviam estar produzindo - afirmou, criticando o MST:
- O MST é um movimento que se diz de reforma agrária, quando na verdade usa essa ideia para uma mudança de natureza revolucionária socialista no Brasil. Não quero reprimir, não. Só sou contra que usem dinheiro do governo para isso. É importante a gente mostrar qual é a motivação para isso. Na verdade não é reforma agrária - afirmou Serra.
O tucano disse ainda que ele e seu partido sempre deixaram claro que eram contra a ilegalidade cometidas pelo MST, como as invasões de propriedade particulares e prédios públicos:
- Nunca deixamos de dialogar. Agora ilegalidade, não. Qual é a melhor forma de tratar a questão? É solucionar os problemas que estão na origem do MST: a falta de terra e de renda desses produtores. De um lado não aceitamos ilegalidade. De outro, não deixamos de dialogar. O que não é possível é uma discussão sobre boné quando está em questão um setor produtivo imenso do país, a agricultura familiar.
"Temos que estatizar o estado brasileiro"
Sem citar nominalmente a adversária Dilma Rousseff, que há uma semana, em Aracaju, usou um boné do MST , Serra acrescentou:
- Tem gente que veste o boné numa hora, depois guarda na gaveta. Usa o boné de manhã, guarda à tarde, uma hora fala que o juro está muito alto e tem que baixar, depois fala que está bom. Depende do público. Eu não tenho essa característica. Numa campanha eu acho muito importante que isso seja debatido, principalmente num palco como este aqui.
Nas considerações finais, Serra condenou a falta de sinceridade e coerência do governo, o loteamento político e sindical da administração pública e falta de experiência na gestão governamental.
- Nós temos que estatizar o Estado brasileiro. Estatizar as agências reguladoras. Porque o Estado brasileiro e as agências foram apropriados pelo setor privado, pelos partidos, sindicatos. O caso das agências é típico.
Serra citou como exemplo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os Correios. Relatou o caso de um político que ficou sem mandato na última eleição e virou diretor da Anvisa, sem citar nomes.
- Agora vai se candidatar, saiu da Anvisa. Virou uma parada de ônibus - ironizou, em outra referência indireta, só que ao candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que deixou a agência para concorrer.
Serra destacou que "agropecuária tem sido a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento brasileiro". Disse ainda que "governo não é lugar para aprender, mas para fazer". E insistiu na necessidade de os candidatos seguirem a estratégia "da exposição, do debate e da verdade".
- Não é só propaganda. Tem que ter um mínimo de exposição e comparação de ideias. Não só pode vender candidatos como se fosse um iogurte ou a marca de uma bebida.
O presidenciável José Serra (PSDB), único a comparecer ao debate promovido pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), criticou o financiamento público do MST. "Muitos assentamentos são mantidos por cestas básicas, o que é uma ironia", disse. Mais descontraído do que o habitual, ele "aconselhou" o seu vice, Índio da Costa, que estava na plateia, a ter cuidado com eventuais amantes: "Tem que ser uma coisa discreta."
Sem Dilma e Marina, debate de um só
Encontro para discutir setor rural acaba sendo realizado apenas com Serra, que atacou governo
Adriana Vasconcelos
Único presidenciável presente no debate promovido pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o tucano José Serra subiu ontem o tom das críticas ao governo Lula, em especial ao que chamou de contraditória relação mantida com o Movimento dos Sem Terra (MST). Para Serra, não dá para financiar com recursos públicos esse tipo de movimento e ao mesmo tempo condenar sua política de invasões e desrespeito às leis. A presidenciável governista, Dilma Rousseff (PT), tem condenado as invasões do MST. Dilma e a candidata do PV, Marina Silva, foram convidadas, mas se recusaram a participar do debate.
Diante da recusa das adversárias, o tucano aproveitou para cobrar delas um confronto mais direto sobre as propostas que cada uma delas apresentará ao país. Ele evitou declarar que a candidata do PT esteja fugindo do debate, mas fez questão de citar que Dilma não compareceu ao debate do UOL, se recusou a participar de um rodada de entrevistas para a Globonews e ontem não compareceu ao evento promovido pela CNA.
A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), também lamentou a ausência de Dilma e Marina: - O silêncio, de certa forma, confunde os eleitores e lhes tira a oportunidade de conhecer melhor seus candidatos.
No encontro, Serra disse que é uma "ironia" a política dos assentamentos no país.
- Muitos assentamentos são mantidos por cestas básicas, o que é uma ironia. Eles deviam estar produzindo - afirmou, criticando o MST:
- O MST é um movimento que se diz de reforma agrária, quando na verdade usa essa ideia para uma mudança de natureza revolucionária socialista no Brasil. Não quero reprimir, não. Só sou contra que usem dinheiro do governo para isso. É importante a gente mostrar qual é a motivação para isso. Na verdade não é reforma agrária - afirmou Serra.
O tucano disse ainda que ele e seu partido sempre deixaram claro que eram contra a ilegalidade cometidas pelo MST, como as invasões de propriedade particulares e prédios públicos:
- Nunca deixamos de dialogar. Agora ilegalidade, não. Qual é a melhor forma de tratar a questão? É solucionar os problemas que estão na origem do MST: a falta de terra e de renda desses produtores. De um lado não aceitamos ilegalidade. De outro, não deixamos de dialogar. O que não é possível é uma discussão sobre boné quando está em questão um setor produtivo imenso do país, a agricultura familiar.
"Temos que estatizar o estado brasileiro"
Sem citar nominalmente a adversária Dilma Rousseff, que há uma semana, em Aracaju, usou um boné do MST , Serra acrescentou:
- Tem gente que veste o boné numa hora, depois guarda na gaveta. Usa o boné de manhã, guarda à tarde, uma hora fala que o juro está muito alto e tem que baixar, depois fala que está bom. Depende do público. Eu não tenho essa característica. Numa campanha eu acho muito importante que isso seja debatido, principalmente num palco como este aqui.
Nas considerações finais, Serra condenou a falta de sinceridade e coerência do governo, o loteamento político e sindical da administração pública e falta de experiência na gestão governamental.
- Nós temos que estatizar o Estado brasileiro. Estatizar as agências reguladoras. Porque o Estado brasileiro e as agências foram apropriados pelo setor privado, pelos partidos, sindicatos. O caso das agências é típico.
Serra citou como exemplo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os Correios. Relatou o caso de um político que ficou sem mandato na última eleição e virou diretor da Anvisa, sem citar nomes.
- Agora vai se candidatar, saiu da Anvisa. Virou uma parada de ônibus - ironizou, em outra referência indireta, só que ao candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que deixou a agência para concorrer.
Serra destacou que "agropecuária tem sido a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento brasileiro". Disse ainda que "governo não é lugar para aprender, mas para fazer". E insistiu na necessidade de os candidatos seguirem a estratégia "da exposição, do debate e da verdade".
- Não é só propaganda. Tem que ter um mínimo de exposição e comparação de ideias. Não só pode vender candidatos como se fosse um iogurte ou a marca de uma bebida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário