DEU EM O GLOBO
Metade dos brasileiros reclama do tempo de espera para atendimento em hospitais
Patrícia Duarte
BRASÍLIA. Pelo menos metade dos brasileiros reclama que demora demais para conseguir atendimento nos postos e hospitais das redes pública e privada no país. A avaliação faz parte de pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que criou o novo Índice de Valores Humanos (IVH). O índice mediu a percepção que os brasileiros têm dos serviços de saúde, da educação e do trabalho.
A população acredita que deixa a desejar a situação dessas três áreas.
Segundo o Pnud, o IVH do país ficou em 0,59, numa escala que varia de zero a um. Só na saúde, por exemplo, 51% dos entrevistados consideram que o atendimento é muito demorado em postos e hospitais.
O IVH mostra que muito ainda precisa ser feito na área de valores que são importantes para o desenvolvimento humano. A população relata que a vivência dos seus valores ainda deixa a desejar disse Flávio Comim, economista sênior do Pnud.
O organismo entrevistou 2.002 pessoas em todo o país para uma pesquisa maior, o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010. O IVH mostra que nas regiões Norte e Nordeste as pessoas têm a pior avaliação: o índice ficou em 0,50 e 0,56, respectivamente.
Já as melhores percepções são as regiões Sul e Sudeste, com 0,62 cada. O Centro-Oeste registrou IVH de 0,58. Essas diferenças, explicou Comim, vêm do nível de desenvolvimento econômico e do grau de educação em cada região.
A pior área analisada pelo IVH é a da saúde, com uma avaliação de apenas 0,45 no país. A pesquisa interrogou a população sobre tempo de espera para atendimento médico ou hospitalar, sobre a facilidade ou não de compreensão da linguagem usada pelos profissionais de saúde e sobre o interesse da equipe médica percebido pelo paciente. Mais uma vez, as regiões Norte e Nordeste tiveram as piores percepções: 0,31 e 0,36, respectivamente.
O melhor índice foi na Região Sudeste: apenas 0,51.
Uma das piores reclamações é sobre o tempo de espera para atendimento: 66,9% da população da Região Norte apontam para essa falha.
Nem mesmo no Sudeste, onde a percepção sobre a saúde pública e privada foi melhor, a nota foi boa: 43,1% dos entrevistados disseram que demoram muito para ser atendidos.
Em resposta, o Ministério da Saúde divulgou nota argumentando que a pesquisa é reducionista e vazia por conta dos tipos de perguntas feitas.
As perguntas escolhidas para o IVH Saúde são reducionistas, dada a complexidade do setor.
As questões focam apenas em uma parte da atenção à saúde e não permitem um conhecimento sobre outros aspectos, como a relação entre o profissional de saúde e o indivíduo; a experiência dos profissionais; a solução dada ao indivíduo; o nível de satisfação com a atenção, entre outros valores. O Ministério disse que diminuir o tempo de espera é foco prioritário.
O IVH relacionado ao trabalho trouxe melhores percepções da população.
A média nacional ficou em 0,79, sendo que o Sul apresentou melhor avaliação: 0,84. Comim disse que os números mostram que o trabalhador brasileiro tem vivências prazerosas que são superiores ao sofrimento, mas destacou a desigualdade entre as regiões. No Centro-Oeste, por exemplo, o IVH foi de 0,68.
Já o IVH de educação, apesar de ter alcançado uma média nacional de 0,54, mostra que a população brasileira tem baixas aspirações quando o assunto é o aprendizado.
Metade dos brasileiros reclama do tempo de espera para atendimento em hospitais
Patrícia Duarte
BRASÍLIA. Pelo menos metade dos brasileiros reclama que demora demais para conseguir atendimento nos postos e hospitais das redes pública e privada no país. A avaliação faz parte de pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que criou o novo Índice de Valores Humanos (IVH). O índice mediu a percepção que os brasileiros têm dos serviços de saúde, da educação e do trabalho.
A população acredita que deixa a desejar a situação dessas três áreas.
Segundo o Pnud, o IVH do país ficou em 0,59, numa escala que varia de zero a um. Só na saúde, por exemplo, 51% dos entrevistados consideram que o atendimento é muito demorado em postos e hospitais.
O IVH mostra que muito ainda precisa ser feito na área de valores que são importantes para o desenvolvimento humano. A população relata que a vivência dos seus valores ainda deixa a desejar disse Flávio Comim, economista sênior do Pnud.
O organismo entrevistou 2.002 pessoas em todo o país para uma pesquisa maior, o Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010. O IVH mostra que nas regiões Norte e Nordeste as pessoas têm a pior avaliação: o índice ficou em 0,50 e 0,56, respectivamente.
Já as melhores percepções são as regiões Sul e Sudeste, com 0,62 cada. O Centro-Oeste registrou IVH de 0,58. Essas diferenças, explicou Comim, vêm do nível de desenvolvimento econômico e do grau de educação em cada região.
A pior área analisada pelo IVH é a da saúde, com uma avaliação de apenas 0,45 no país. A pesquisa interrogou a população sobre tempo de espera para atendimento médico ou hospitalar, sobre a facilidade ou não de compreensão da linguagem usada pelos profissionais de saúde e sobre o interesse da equipe médica percebido pelo paciente. Mais uma vez, as regiões Norte e Nordeste tiveram as piores percepções: 0,31 e 0,36, respectivamente.
O melhor índice foi na Região Sudeste: apenas 0,51.
Uma das piores reclamações é sobre o tempo de espera para atendimento: 66,9% da população da Região Norte apontam para essa falha.
Nem mesmo no Sudeste, onde a percepção sobre a saúde pública e privada foi melhor, a nota foi boa: 43,1% dos entrevistados disseram que demoram muito para ser atendidos.
Em resposta, o Ministério da Saúde divulgou nota argumentando que a pesquisa é reducionista e vazia por conta dos tipos de perguntas feitas.
As perguntas escolhidas para o IVH Saúde são reducionistas, dada a complexidade do setor.
As questões focam apenas em uma parte da atenção à saúde e não permitem um conhecimento sobre outros aspectos, como a relação entre o profissional de saúde e o indivíduo; a experiência dos profissionais; a solução dada ao indivíduo; o nível de satisfação com a atenção, entre outros valores. O Ministério disse que diminuir o tempo de espera é foco prioritário.
O IVH relacionado ao trabalho trouxe melhores percepções da população.
A média nacional ficou em 0,79, sendo que o Sul apresentou melhor avaliação: 0,84. Comim disse que os números mostram que o trabalhador brasileiro tem vivências prazerosas que são superiores ao sofrimento, mas destacou a desigualdade entre as regiões. No Centro-Oeste, por exemplo, o IVH foi de 0,68.
Já o IVH de educação, apesar de ter alcançado uma média nacional de 0,54, mostra que a população brasileira tem baixas aspirações quando o assunto é o aprendizado.
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